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Informações importantes ao setor de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.

TRABALHO SAUDÁVEL

A importância da abordagem integral da saúde e sua relação com a saúde ocupacional.

Em 1978 a OMS (Organização Mundial da Saúde) promoveu na cidade antiga da união soviética, Alma-Ata (atualmente Almaty), a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde com a participação de 134 países. Elaborou-se uma declaração que consolidou a saúde como direito humano fundamental, influenciando políticas e práticas em todo o mundo. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 incluiu, em seu artigo 196 a saúde como direito de todos e dever do Estado. Com isso, proporcionou a estruturação do SUS (Sistema único de Saúde) nos últimos 30 anos.

A Declaração de Alma-Ata conclamou os países a trabalhar pela saúde como uma meta social mundial, um desafio tão grande que se torna necessário a ação de muitos setores, além do setor da saúde.

A grande preocupação neste evento era a Atenção Primária, onde a OMS propôs a defesa da APS (Atenção Primária à Saúde), em nível global, de forma a combater as desigualdades e promover, proteger e recuperar a saúde de todos os indivíduos. Diante desta meta, a APS foi estendida, assim países que já tinham sistemas de saúde de cobertura universal, como o Canadá e o Reino Unido, fortaleceram seus sistemas, enquanto países em desenvolvimento, como o Brasil, propuseram e implementaram novos modelos de saúde.

Desde então, as mudanças foram extremamente positivas. As taxas de mortalidade materna e infantil caíram de forma significativa em todos os países que adotaram o modelo da atenção primária em saúde. A expectativa de vida aumentou. Países adotaram políticas que favoreceram uma abordagem intersetorial para a saúde. Houve crescimento econômico porque a força de trabalho aumentou e, com ela, também a produção.

A saúde coletiva tem muito a ensinar para a área de saúde e segurança do trabalho e seus profissionais. Muito do que se preconiza na APS é aplicado, porém de forma intuitiva e menos planejado do que poderia ser.

Nos últimos 40 anos, com grandes transformações no mundo, ao mesmo tempo que se obteve uma aumento na expectativa de vida e na vida produtiva das pessoas, o risco de doenças crônicas não transmissíveis cresceu. Doenças como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, doenças osteomusculares, doenças respiratórias e alguns tipos de cânceres vem aumentando. Para tanto, é necessário uma renovação dos compromissos de todos pela saúde e exige também novas formas de abordar a atenção primária.

Na perspectiva do trabalho, é crescente a demanda dos empregadores e dos trabalhadores por modelos mais integrados e integrativos de atenção à saúde e isso passa pela atenção primária, desafiando os obsoletos e fragmentados modelos de Saúde Ocupacional que têm se tornado cada vez mais caros e ineficientes. O entendimento comum é que realizem ações conjuntas, que possam levar a melhores resultados.

Profissionais de saúde precisam buscar capacitação para responder a esta nova demanda de mercado. É preciso renovar os compromissos globais de que saúde é um direito universal; saúde requer ação intersetorial; é promotora de crescimento econômico e desenvolvimento sustentável – de um país ou de uma empresa. Saúde se promove com melhoria de condições, processos e ambientes de trabalho. E também com ações integradas com a comunidade e com a família dos trabalhadores.

Para a médica especialista e professora em Medicina do Trabalho, Márcia Bandini, é necessário uma atenção primária que considere o trabalho, sem isso, será sempre incompleta e insuficiente. E um sistema ou serviço de saúde do trabalhador que não se apoie na atenção primária, será sempre reativo e ineficiente.

Ref.: Revista Proteção, Saúde e Segurança do Trabalho (Digital): Trabalho saudável – Ação conjunta. Por Marcia Bandini. Editora Proteção Publicações. Ed. 324, p. 20-21, Dezembro/2018.

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