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Qualidade de vida

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Qualidade de vida

Empresas devem estar atentas ao enfoque biopsicossocial dos sujeitos do trabalho

Jorge Chahoud – Engenheiro de Segurança do Trabalho e Ambiental, Pós-Graduado em Engenharia Biomédica/Clínica, Pós-Graduado em Ergonomia e Especialista em Higiene Ocupacional.

A QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) é um tema cada vez mais relevante no cenário empresarial, considerando seu impacto direto no bem-estar dos colaboradores e, consequentemente, no desempenho das organizações. Este artigo explora os principais aspectos que compõem a QVT e sua importância crescente.

Um dos pilares fundamentais da qualidade de vida no trabalho é o ambiente laboral. Locais que proporcionam segurança, conforto e estimulam a interação positiva entre os membros da equipe contribuem significativamente para um ambiente saudável. Essa atmosfera propícia, não apenas aumenta a satisfação dos colaboradores, mas também impacta diretamente na produtividade e na retenção de talentos.

Outro elemento crucial é o reconhecimento profissional. Iniciativas que valorizam e destacam o trabalho dos funcionários geram um sentimento de pertencimento e motivam o engajamento. Esse reconhecimento pode se manifestar por meio de elogios, premiações, ou oportunidades de crescimento dentro da empresa.

A busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um desafio constante para muitos profissionais. Organizações que oferecem flexibilidade de horários, programas de bem-estar e suporte para conciliar responsabilidades familiares demonstram um compromisso genuíno com a qualidade de vida de seus colaboradores.

O desenvolvimento profissional é também um componente essencial. Oportunidades de aprendizado e crescimento dentro da empresa, não apenas beneficiam os indivíduos, mas fortalecem o conjunto da equipe e garantem a adaptabilidade da organização em um ambiente de constante mudança.

A promoção da saúde física e mental é um aspecto que ganhou destaque nos debates sobre QVT. Iniciativas como programas de ginástica laboral, suporte psicológico e ambientes que favorecem o equilíbrio emocional contribuem para a construção de equipes resilientes e eficazes.

Além disso, a participação dos colaboradores nas decisões organizacionais é um elemento que reforça a importância individual e coletiva. Empresas que incentivam a voz ativa de seus membros criam um ambiente de confiança e estimulam a inovação.

 

NOVA GESTÃO

O processo de industrialização que vem ocorrendo desde o século 19, tem impactado o modo e o estilo de vida das pessoas, o distanciamento do homem em relação à natureza e de hábitos poucos saudáveis de vida, valorizando apenas a aquisição de bens e produtos, conforto e praticidade. Nestas condições surgem inúmeras doenças relacionadas ao processo da civilização decorrentes de tensões emocionais e psicológicas e que possibilitam ambientes estressantes no trabalho.

Além do trabalho em excesso e da busca permanente por sucesso, os indivíduos também podem se desestruturar psicologicamente, tendo consequentes problemas de saúde, como estresse e ansiedade levando, muitas vezes, ao consumo excessivo de drogas ilícitas e lícitas, como o álcool. O uso de drogas pode ser uma das consequências que gera maiores dificuldades e adoecimentos no mundo do trabalho, pondo em risco a vida do trabalhador. Com o propósito de se destacar das demais pessoas do grupo como herói a ser seguido, a fantasia cai por terra quando sobram problemas para o indivíduo, comprometendo, não só a saúde como também o relacionamento com as outras pessoas.

Muitos estudos novos estão sendo realizados, podendo-se fundamentar a escola organizacional e a nova competência de Gestão Avançada em QVT. Por exemplo, a expansão da qualidade de processos e produtos para a qualidade pessoal; uma gestão de pessoas, com ênfase em estratégias e participação; a imagem corporativa integrada ao endomarketing; a descontração, as atividades físicas, o lazer e o desenvolvimento cultural; o risco e o desafio no trabalho como fatores de motivação e realização pessoal; o desenvolvimento humano e social por meio da educação para a cidadania e, por fim, a saúde como espelho das camadas biológica, psicológica, social e organizacional.

MASLOW

Em 1943, o psicólogo Abraham Maslow divulgou o estudo que enfatizou a importância da compreensão das tais necessidades – fisiológica; segurança; amor e relacionamento; estima e auto realização – nas condições mostradas na Figura, Esquema clássico de necessidades. Assim, as necessidades da Pirâmide de Maslow determinam situações presentes nas questões de trabalho, servindo como critérios e indicadores específicos das necessidades humanas. Ainda, as questões fisiológicas, de segurança, social, autoestima e a auto realização podem direcionar as vivências na construção da subjetividade. Para os sujeitos que atuam no contexto do trabalho, as questões da Pirâmide de Maslow permeiam vários caminhos da compreensão e da realização destas questões. Conforme autores, a procura pela melhoria de condições de vida amplia as pesquisas e desperta a curiosidade em entender o que é qualidade de vida no trabalho.

As condições de vida se apresentam no percurso da trajetória do sujeito, que na maioria das vezes, inicia uma reflexão sobre si mesmo e uma (auto) orientação, criando condições e possibilidades para as tomadas de consciência provocadas no processo de favorecimento social.

Esquema clássico de necessidades

VISÕES

A partir daí compreende-se que a QVT é o conjunto de ações que a empresa realiza para implantar melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais, para os sujeitos, no ambiente de trabalho. Ocorre, neste sentido, um novo olhar chamado enfoque biopsicossocial que possui três níveis: biológico, psicológico e o social.

Com esta visão entende-se a QVT da seguinte forma: […] no nível biológico, estão as características inatas ou adquiridas ao longo do tempo. Inclui metabolismo, vulnerabilidades e resistências físicas. No nível psicológico relaciona-se aos processos emocionais, afetivos e de pensamentos, conscientes e inconscientes, que moldam a personalidade e o modo de perceber e se relacionar com as pessoas e o mundo. O nível social envolve os valores, as crenças e a forma de participação do indivíduo em todos os grupos de que faz parte.

Do mesmo modo que QVT propõe entender que biopsicossocial é um conceito fundamental, também o comportamento nas organizações pode ser bastante imprevisível, pois se respeita a subjetividade de cada indivíduo no contexto das empresas.

O processo de trabalho tem sido um dos aspectos fundamentais das pesquisas no campo de saúde do trabalhador, considerando os fatores determinantes das condições de desgaste e adoecimento, identificando os aspectos psicossociais e culturais. Nas últimas décadas, o cotidiano do trabalhador, o esforço de atender os novos papéis e o cuidado com a saúde mental têm sido abandonados pelas políticas públicas.

O ser humano é um complexo biopsicossocial com potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que constituem as condições de vida. Nessa visão, as pessoas podem sofrer com mudanças importantes alterando sua qualidade de vida. Mesmo que não haja uma definição precisa para o conceito de qualidade de vida, é fundamental entender os aspectos da subjetividade, da multidimensionalidade e a dimensão positiva.

Conheça a sua realidade, cultive formas de prevenção, veja o que já deu certo e mantenha, criando de tempos em tempos os ajustes necessários.

Ref.: Revista Proteção, Saúde e Segurança do Trabalho (Digital): Qualidade de vida será publicada Editora Proteção Publicações. Ed. 386, p. 10, fevereiro/2024.

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