Notícias Relacionadas

Informações importantes ao setor de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.

O futuro já chegou

O futuro já chegou

O futuro já chegou

Soluções tecnológicas são realidade na prevenção da Saúde e Segurança do Trabalho

No último dia 12 de abril, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná, um trabalhador de 54 anos morreu ao ser atingido por um caminhão em um centro de logística. Ele ajudava o motorista a manobrar o veículo para estacionar quando foi prensado contra uma parede. Diante da notícia deste acidente fatal, assim como outras dezenas de ocorrências laborais que ouvimos falar todos os dias, a pergunta que fica é: o que poderia ter sido feito para evitar? Além das respostas tradicionais aprendidas na formação dos profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho e do que já é rotina na área conforme o que determinam as NRs (Normas Regulamentadoras), a SST vem contando com uma importante aliada quando o assunto é prevenção: a

tecnologia. A morte do trabalhador no Paraná, por exemplo, poderia ter sido evitada com a utilização de uma solução anticolisão, que seria capaz, inclusive, de parar o veículo diante da possibilidade de impacto. Este é só um exemplo de como a inovação tecnológica pode atuar em benefício da SST. Nos últimos anos, empresas no país vêm se dedicando a desenvolver soluções para que a prevenção de acidentes e adoecimentos no trabalho seja mais eficaz. Mas, embora a inovação já seja uma realidade em muitos processos produtivos, na Saúde e Segurança do Trabalho ainda gera desconfianças e é encarada como onerosa. É preciso mais conhecimento para reconhecer os benefícios dessas inovações para a proteção da vida dos trabalhadores.

Desde a hora que acordamos até a hora de dormir, querendo ou não, os recursos tecnológicos estão presentes na nossa vida. Na educação, as lousas foram substituídas por projetores, cadernos por notebooks, livros por PDFs. Na comunicação, então, nem se fala. A internet revolucionou a forma como nos relacionamos à distância e as relações sociais, independente da sua natureza, dependem da tecnologia para acontecer. No trabalho, o movimento começou ainda mais cedo. Desde a Revolução Industrial ficou perceptível que automatizar processos aumentava a produtividade, entre outros benefícios. E, de lá para cá, a automação só avançou. Uma série de ferramentas digitais também trouxe soluções na execução de diversas tarefas profissionais fora da indústria. Mas, e na Saúde e Segurança do Trabalho?

Estudiosos da área, como o engenheiro eletricista e de Segurança do Trabalho, higienista ocupacional e doutorando em Sistema de Informação e Gestão do Conhecimento, Alexandre Silva, afirmam que não é possível estabelecer uma data que seja “um divisor de águas” de quando a tecnologia começou a ser utilizada para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, mas ela teria começado a ser implantada desde que

as empresas perceberam a necessidade de melhoria dos equipamentos de proteção, principalmente os individuais, diminuindo custos e aumentando a proteção dos trabalhadores. Isso começou a ocorrer já a partir da década de 1960. “Porém, quando tratamos da aplicação de tecnologias mais avançadas, como a IA (Inteligência Artificial), por exemplo, em um estudo que fiz, a partir de 2018 é que as pesquisas sobre o tema passaram a ter maior relevância. Veja que é bem recente. Muitas pesquisas começaram a focar na SST, pois se não levarmos em conta esse quesito, corremos o risco de uma tecnologia acarretar problemas

nos ambientes de trabalho, trazendo novos riscos para os trabalhadores. O principal motivo para essa demora de investimentos na SST é a falta de uma cultura de segurança verdadeiramente consolidada no mundo corporativo”, justificou.

DEMANDA
Tradicionalmente, Silva lembra que a tecnologia chega primeiro na indústria, com o objetivo principal de diminuir custos e aumentar a produtividade, e a Saúde e Segurança do Trabalho acabam se beneficiando, de uma forma tardia, como consequência e não como a causa. A mesma opinião é compartilhada pelo gerente regional de vendas na América Latina da canadense Blackline Safety, Ernesto Ghini, que afirma ser a indústria a responsável por investir no desenvolvimento da tecnologia em busca de práticas mais seguras. “A indústria percebe que tem que tomar conta do colaborador, os fabricantes de tecnologia acabam lançando produtos para atender a essa demanda e só depois é que vem as regulamentações”, afirma.

E mesmo na indústria, com todos os benefícios já conhecidos e com a possibilidade de retirar o risco da linha de produção, há desafios para se implantar a tecnologia, na visão do engenheiro de Materiais, consultor e co-fundador da empresa EDTECH Safelive em Tecnologias Imersivas e Digitais de Aprendizado, Márcio Lario. “É preciso desmistificar o seu uso, porque a inovação sendo colocada em prática para a melhoria de processos, promoverá melhorias de segurança. Se eu puder ter um robô onde existe um risco ocupacional, porque não substituir? Se existe uma tarefa repetitiva onde podemos utilizar a tecnologia para não expor o trabalhador, porque vou colocá-lo diante do risco ocupacional?”, questiona Lario. Para ele, porém, a implantação esbarra em custos. “É mais barato ter um funcionário afastado? O caro é relativo. Tudo que é voltado para SST tem altos custos quando falamos de afastamentos ou mortes”, reflete.

SEGURANÇA
Se a implantação de inovações tecnológicas em prol da SST é muito recente, o que dizer sobre o investimento dessas soluções no chamado trabalho isolado? Um estudo do National Safety Council, publicado pela EHS Today, demonstrou que 15% da força laboral nos Estados Unidos, por exemplo, está nesse modelo de trabalho e que, desta porcentagem, 44% sinalizaram já terem se sentido inseguros no trabalho. “Imagina o trabalhador que faz manutenção em uma antena de celular. Será que ele nunca passou apuros sozinho? Se ele cair, se sentir

mal, quanto tempo vai levar para que alguém perceba que ele não responde?”, questiona Ghini, reforçando que a pesquisa também apontou que 20% desses trabalhadores isolados já passaram por dificuldade para conseguir ajuda diante de um problema. Outro exemplo muito comum no Brasil, segundo o gerente da Blackline Safety, é dos caminhoneiros, que viajam à noite sozinhos, muitas vezes, passando por locais sem sinal de celular. “Se esse trabalhador precisar de ajuda, terá uma dificuldade enorme. Nesse sentido, a nossa regulamentação não acompanha. Alguém fala que um caminhoneiro, por exemplo, precisa ter um monitor de posicionamento, um comunicador via satélite? Vão falar que é muito caro e que o frete não compensa”, critica. O custo, porém, para Ghini, não é impeditivo. “Mesmo a tecnologia mais cara, dependendo do risco, é proporcional”, justifica.

Além do embate em relação ao custo, a inovação também gera questionamentos em relação à segurança da tecnologia, visando garantir a integridade dos sistemas e, consequentemente, a eficácia do monitoramento. Hoje, equipamentos de detecção de gases, por exemplo, e sensores diversos de segurança, podem ser ope-

rados via wi-fi, celular ou satélite. “O wi-fi acaba tendo uma brecha para invasão. Por ser uma rede aberta para transmissão de dados essa tecnologia corre mais riscos. Além disso, implantar uma tecnologia via wi-fi requer colocar repetidores na planta inteira, o que acaba gerando um custo muito alto. Já a possibilidade de um celular ser hackeado durante a transmissão de dados pela rede é muito mais difícil e quando falamos em comunicação via satélite, muito menos”, explica Ghini.

Para garantir que, na prática, essas soluções sejam efetivas, a diretora dos negócios de IOT, ECM e EDI da Tivit, Helenice de Oliveira, diz que as empresas que oferecem tecnologias para a prevenção da SST buscam o melhor tipo de comunicação, visando garantir a assertividade do processo. “Conseguimos oferecer soluções que não tenham pontos de falha, buscamos no mercado o que há de melhor em conectividade, equipamentos e sensoriamento para fazer as entregas, que contam com sistemas redundantes, que atuam em diversos tipos de camadas para garantir a sua efetividade. Em uma das soluções que oferecemos, as câmeras de fadiga que acompanham os motoristas em longos trajetos, por exemplo, além de alerta para o gestor, emite alerta no veículo para o trabalhador, visando uma atuação ágil”, exemplifica a gestora.

CONFIABILIDADE
Empresas que têm investido no desenvolvimento dessas tecnologias para a SST garantem que a inovação consegue trazer eficácia e confiabilidade ao processo de prevenção em relação aos modelos preventivos tradicionais. O fundador e CEO da Bsafer, Rodrigo Moraes, viveu isso na prática. Antes de fundar a empresa, em 2020, atuando em uma companhia do ramo alimentício, ele conta que foi durante o acompanhamento de uma experiência de quase acidente que percebeu uma oportunidade de inovar no processo de bloqueio de energia.

“Ao fazer um procedimento de bloqueio de energia na empresa, o trabalhador, que era capacitado para a fun-ção, acabou esquecendo de travar uma comporta e quase teve os dois braços amputados. Ao analisar a ocorrência, a gestão definiu que era preciso criar mais um procedimento para que essa etapa de travamento não fosse esquecida. Tive um insight e percebi que não era preciso burocratizar mais um processo que poderia ser resolvido com uma tecnologia”, recorda.

A solução desenvolvida por Moraes e seu sócio consiste em um cadeado fechado eletrônica e mecanicamente, sem o uso de chave, sensorizado, para o bloqueio de energia, gerenciado via aplicativo, guiando o colaborador com o passo a passo para a realização do procedimento. “Cadastramos em uma plataforma web todas as energias da empresa. Quando uma energia precisa ser bloqueada para a manutenção de um equipamento, por exemplo, o colaborador faz todo o procedimento pelo celular e os gestores de SST tem um dashboard onde conseguem acompanhar quais linhas estão paradas, quem está trabalhando na linha. Então há todo o controle do gerenciamento dos riscos que a NR 1 pede”, explica. O sistema também reúne informações sobre os treinamentos dos colaboradores. “Se o trabalhador está com o treinamento da NR 10 vencido, ele não consegue bloquear ou desbloquear um quadro de energia”, exemplifica.

O sistema da Bsafer também permite cadastrar dentro de um mesmo cadeado até 100 colaboradores. “Se a empresa tem 10 colaboradores que se revezam nos turnos durante os três turnos em uma linha e há duas energias para serem bloqueadas durante o turno, não preciso ter 10 cadeados. Já tenho o benefício de reduzir a quantidade de cadeados. Por que nós não cadastramos o cadeado para a linha, o cadastro é da energia e o cadeado faz conexão bluetooth com um aplicativo para mostrar onde ele está sendo trancado. Posso usar o cadeado em qualquer lugar da fábrica”, explicou. Outra vantagem é que o cadeado convencional, quando a energia precisa ser desbloqueada, é serrado e descartado. “Nós temos uma tecnologia com desbloqueio gerencial. O chefe do turno tem uma senha que consegue desbloquear e essa informação fica registrada e é controlada”, completou.

Soluções inteligentes

Mercado demonstra tecnologias disponíveis para a prevenção

Além dessa tecnologia da Bsafer, muitas outras inovações já podem ser vistas sendo implantadas em benefício da SST. O engenheiro eletricista e de Segurança do Trabalho, higienista ocupacional e doutorando em Sistema de Informação e Gestão do Conhecimento, Alexandre Silva, compartilha que atualmente o mercado oferece smart watch que monitora as condições físicas do trabalho, sensores que verificam as condições dos motoristas, EPI desenvolvido com materiais mais leves e confortáveis, câmeras que monitoram o trabalhador em tempo real, entre muitas outras. “Também na área de treinamento existe a aplicação da realidade virtual e a gamificação. Em termos de equipamentos até uma parafusadeira elétrica leve já evita que um trabalhador possa desenvolver um problema ergonômico, ou o uso de drones para uma inspeção aérea impede que o trabalhador tenha que subir a determinada altura, e com is-

so, o risco é eliminado”, exemplifica. Equipamentos muito conhecidos para a prevenção de acidentes fatais e que, há pelo menos cinco anos, vem passando por intensas transformações tecnológicas são os detectores de gás, que deixaram de gerar apenas um alarme local e passaram a ser considerados como soluções chamadas de “segurança conectada”, parte do universo da Indústria 4.0. De acordo com o diretor de vendas da Industrial Scientific, Marcelo Piagentini, os detectores de gás passam a ser instrumentos conectados, permitindo que os usuários sejam monitorados de forma contínua e em tempo real.

“São equipamentos que permitem distintas tecnologias de transmissão de alarmes, como bluetooth, celular e wi-fi. Isso possibilita redundância, garantindo que o usuário jamais fique desconectado, ou seja, desprotegido”, justifica. O grande benefício do monitoramento on-line, de acordo com Piagentini, é o de identificar as pessoas que estão em determinada área, incluindo sua posição geográfica por GPS, e monitorar continuamente se estão em segurança ou sob risco. “Os detectores, além de detectar a presença de gases, permitem o acionamento de alarme de pânico por parte do usuário, além de monitorar eventual ausência de movimento no corpo do mesmo, o que poderia ser um indicativo de desmaio”, acrescenta.

Trabalhando neste mesmo segmento, o gerente regional de vendas na América Latina da Blackline Safety – empresa canadense que no Brasil tem seus equipamentos distribuídos pela Almont -, Ernesto Ghini, recorda que no início da década de 1980, os detectores de gás operavam com transmissão por rádio. “Ele só tinha dois sensores e o rádio. Era o que você tinha de mais inovador. Depois, na década de 2010 é que surgiram os portáteis conectados por wi-fi e, mais tarde, em 2016, os equipamentos com GPS e conectividade por celular e via satélite”, contextualiza.

Hoje as empresas também conseguem ter um monitoramento constante da operação desses equipamentos dentro da própria organização através de plataformas dos próprios desenvolvedores ou serem controladas pelo fornecedor da tecnologia. “A operação para o usuário é simples e a empresa tem acesso a todos os dados em tempo real, com a geração de relatórios para a gestão de todo o gerenciamento dos riscos”, acrescenta Ghini.

MOTORISTAS

Em outro ramo, com o desafio de promover uma mudança significativa na forma como os veículos e motoristas são monitorados, desde 2016, a Argus desenvolve tecnologias para detectar e prevenir situações de risco que colocam em perigo a vida dos motoristas e de outros usuários das estradas. O sistema utiliza uma variedade de sensores e tecnologias para monitorar continuamente o comportamento do condutor e dos veículos durante toda operação.

Isso inclui detecção de sinais de fadiga, como olhos pesados, bocejos e movimentos de cabeça característicos de sonolência, e uma série de comportamentos inseguros, como o uso de dispositivos eletrônicos enquanto dirige (celulares, tablets ou sistemas de entretenimento do veículo), uso de cigarro, consumo de alimentos, falta do uso do cinto de segurança, uso de drogas, consumo de bebidas alcoólicas, entre outros. Além disso, os sensores externos permitem mapear as estradas para identificar situações perigosas que necessitam de uma atenção especial do condutor, como saída de faixa, risco de colisão com veículos ao redor, leituras das placas de trânsito, identificação de pedestres, entre outros.

De acordo com o vice-presidente de Tecnologia & Inovação da Argus, Luis Henrique Torin, quando o sistema detecta essas situações relacionadas a fadiga, distração ou risco de colisão, os motoristas são alertados imediatamente. As informações são enviadas em tempo real para a torre de controle da Argus, que opera 24 horas por dia, sete dias por semana para acompanhar toda a operação dos motoristas e para garantir o controle das situações de risco identificadas pela tecnologia.

“Por exemplo, ao ser identificado um evento de sonolência pelos sensores, nossa torre de controle tem conhecimento em tempo real da situação para garantir que o motorista seguirá com os protocolos de segurança. Isso envolve comunicação com os motoristas e gestores, e direcionamento de ações, como apontamento de locais de parada seguros. Com especialistas treinados para análise detalhada, a torre de controle garante que nenhum detalhe passe despercebido, tomando medidas rápidas e precisas para manter a segurança em todas as circunstâncias”, explicou.

Além disso, todos os eventos registrados pelo sistema da Argus são analisados e processados com o objetivo de criar relatórios detalhados contendo os principais indicadores. “Dessa forma, garantimos que cada situação de risco seja devidamente avaliada e que informações valiosas sejam extraídas para fortalecer a segurança e a eficiência das operações”, completou o gestor. A solução da Argus está presente em mais de 150 mil veículos em toda a América Latina e no continente africano, e a empresa garante que já detectou mais de 68.315.000 distrações e que realizou pelo menos 10.829.000 intervenções de sonolência.

Quem emprega soluções como esta na prevenção de saúde e segurança garante que está investindo em uma estratégia inteligente para o sucesso a longo prazo da companhia. É o caso da Tereos, que conta com 43 unidades industriais, operações em 15 países e mais de 15 mil colaboradores no processamento de matérias-primas agrícolas e desenvolvimento de produtos alimentícios. Desde 2022, com o lançamento de um programa de segurança, a empresa passou a investir no sistema de detecção de fadiga e sonolência da Argus na frota de transporte, permitindo monitorar mais de 900 motoristas 24 horas dia, abrangendo inicialmente os transportes de cana, vinhaça e prancha.

No transporte, o engenheiro de Segurança de Processos da Tereos, Luiz Gustavo Domingos, afirma que além desse sistema, a empresa utiliza computadores de bordo com telemetria embarcada, que fornece dados em tempo real sobre o desempenho do veículo e o comportamento do motorista. Também se prepara para implantar uma tecnologia de rotograma falado, ferramenta de assistência ao motorista que fornece orientações de navegação e alertas de segurança em tempo real.

“Essas tecnologias ajudam a identificar e prevenir potenciais riscos no ambiente de trabalho, resultando na redução do número de acidentes, lesões severas e irreversíveis ou fatalidades. Além disso, também contribui para a eficiência operacional e demonstra o nosso compromisso com a saúde e o bem-estar dos colaboradores, ajudando a promover a cultura de segurança”, elenca.

IA E IOT

Com sede em São Paulo e atuação em 10 países da América Latina, a Tivit é outra companhia que oferece soluções digitais personalizadas com a utilização de tecnologias como a IA (Inteligência Artificial) e a IoT (Internet das Coisas) em prol da SST. Entre elas, a que transmite a localização do colaborador na planta em tempo real, identificando acessos ou permanências em locais indevidos, com a geração de alertas. “Através de um dispositivo, que pode ser um crachá ou uma tag que transmite a localização do colaborador em tempo real, é possível controlar a sua permanência em áreas que têm limite de tempo de exposição. Em um frigorífico, por exemplo, dependendo da temperatura, há um tempo limite que o trabalhador pode ficar naquele local, evitando que tenha comprometimentos futuros na saúde. Com essa tecnologia conseguimos fazer essa gestão em tempo real”, exemplifica a diretora dos negócios de IOT, ECM e EDI da Tivit, Helenice de Oliveira.

Para evitar acidentes envolvendo colisões, outra solução consiste em manter colaboradores e máquinas e equipamentos com sensores que identificam a proximidade entre eles. “Quando há risco de colisão é emitido alerta sonoro e visual, inclusive, se a empresa desejar, promovendo o bloqueio do processo. Tudo pode ser parametrizado conforme a necessidade do cliente”, explica Helenice. Através da tecnologia de visão computacional é possível também reconhecer padrões e identificar desvios nas atividades com geração de alertas em tempo real. Algumas empresas têm adotado essa tecnologia para a identificação da utilização correta dos EPI (Equipamento de Proteção Individual). “É possível classificar se há alguma falha na utilização do equipamento, classificar o quanto a falha é grave, fornecendo essa informação instantaneamente ao colaborador”, destacou. Todas as soluções são com gestão em tempo real e geração de alertas. “É importante que seja em tempo real para uma resposta rápida e, dependendo do tipo de ação, é importante a parametrização para dar tempo de uma resposta rápida. Essa parametrização consiste no monitoramento da solução tanto pela própria Tivit, que atua 24 horas durante sete dias da semana, como dentro da própria empresa”, explicou a gestora.

Na Pix Force, as soluções de visão computacional e inteligência artificial para a SST foram desenvolvidas a partir de demandas do próprio mercado. Foi só depois do início das atividades da startup, em 2016, que foi criada a Pix Safety. O braço de SST utiliza as câmeras de monitoramento existentes dentro das empresas para inspecionar e gerar alertas em tempo real sobre possíveis desvios/ocorrências, visando minimizar os riscos de acidentes. “Transformamos qualquer câmera em um sensor que identifica pessoas em situação de risco. A tecnologia também permite monitorar as condições físicas dos trabalhadores, como identificar batimento cardíaco, temperatura, fluxo sanguíneo. Também há os sensores de localização, que garantem que só pessoas autorizadas entrem em áreas específicas de alto risco”, exemplifica o CEO da Pix Force, Daniel Moura.

ERGONOMIA

A busca por inovação na SST também tem sido percorrida por profissionais que por anos se dedicaram às formas tradicionais de gerenciamento e prevenção dos riscos laborais. É o caso do ergonomista global da Kinebot, Alison Klein. Fisioterapeuta, ergonomista, docente e um apaixonado pelo movimento humano, ele conta que sempre se intrigou com a forma como os postos de trabalho eram avaliados. “Em uma aula de pós-graduação apresentava sempre o mesmo vídeo de um movimento em um posto de trabalho e se tivesse uma turma com 20 estudantes, seriam 20 diagnósticos diferentes. Isso acontecia por conta do viés do profissional. Ele lembra que um artigo espanhol confirma essa percepção ao sinalizar que 63% das avaliações ergonômicas têm erro por problema de viés”, contextualiza.

Na época, como gestor de uma empresa com 65 profissionais de ergonomia, Klein também observou que a direção do analista era sempre no sentido de potencializar a queixa do trabalhador, sinalizando que o posto era pior do que realmente era. “E por que todo mundo faz isso? Porque é melhor errar para menos do que para mais e prejudicar a saúde do colaborador. Só que isso gera prejuízos. Primeiro, descrédito pelo trabalho. Depois, gasto de dinheiro com medições realizadas sem técnica, além do investimento para resolver problemas que não eram reais. Mas isso não é culpa do ergonomista, porque sempre realizamos as avaliações com o que tínhamos disponível”, reflete. Diante deste cenário, ao ingressar no Mestrado, Klein passou a pesquisar uma forma de realizar avaliações ergonômicas mais fidedignas. O objetivo era eliminar a influência do analista sobre a amostra no processo de avaliações ergonômicas. A meta tinha justificativas bem claras. “É quase impossível um ergonomista avaliar o ciclo de trabalho completo. Quando avaliamos um frigorífico, por exemplo, que tem ciclos de trabalho de 1 minuto, ciclos de seis segundos, é possível pausar a gravação do movimento e conseguir mapear o movimento o tempo todo, tendo uma noção mais completa do ciclo de trabalho, embora seja muito trabalhoso. Mas quando vamos para outros sistemas produtivos, com ciclos de trabalho mais longos, de 2, 3 minutos, 1h40min, como os profissionais fazem? Assistem ao vídeo e ficam procurando algo muito gritante, dependendo da experiência do profissional, e avaliam um recorte, nunca o ciclo como um todo”, explica.

OLHAR INDIVIDUALIZADO

Foi diante dessa inquietação, e com a ajuda de três sócios da área de computação, que o ergonomista desenvolveu uma ferramenta para avaliação e gestão ergonômica em empresas de diferentes portes. Batizada de Kinebot, a solução avalia do ponto de vista ergonômico 30 vezes por segundo 100% das atividades laborais independente do usuário. O funcionamento é simples. Depois de gravar a atividade pelo celular, é preciso fazer o upload na plataforma da Kinebot, que gera imagens com grau de risco, mostrando qual área do corpo está mais sobrecarregada, o percentual de sobrecarga de cada parte do corpo, o percentual de exposição a cada faixa de risco, entre outras informações. A ferramenta permite um olhar individualizado sobre a ergonomia no trabalho. “Uma mesma atividade pode apresentar variações por conta do porte físico do trabalhador, por exemplo. Então, a tecnologia permite uma avaliação individual para entender o quanto a atividade exige do indivíduo. Temos um cliente que está utilizando para mapear quais postos de trabalho servem para determinados portes. Isso, sem a tecnologia, seria impossível”, atesta. A solução gera relatórios que permitem avaliar a ergonomia por setores, estações, postos de trabalho e mapear em quais atividades estão os maiores riscos. “Com o modelo tradicional de avaliação ergonômica, 80% do tempo é gasto avaliando e os outros 20% resolvendo o problema. Com a tecnologia conseguimos inverter, utilizando 20% do tempo com a coleta e os outros 80% na solução. É uma economia de tempo”, demonstra.

Aliada dos treinamentos

Soluções imersivas e digitais tendem a engajar mais

As soluções tecnológicas na SST, embora mais recentes, extrapolam as ferramentas desenvolvidas para a prevenção. Em um mundo cada vez mais conectado, investir em treinamentos que tenham a tecnologia como aliada tem sido a escolha de algumas empresas. O objetivo é proporcionar capacitações mais atrativas e efetivas para os colaboradores. A implementação de soluções tecnológicas em capacitações de SST vem ocorrendo, pelo menos, desde 2013, quando surgiram no mercado brasileiro os primeiros óculos de Realidade Virtual (RV), Realidade Mista e Realidade Aumentada (RM) (Veja mais no box Entenda a diferença), mas ganhou força mesmo durante a pandemia de Covid-19. “Durante o período de isolamento, muitas empresas seguiram em operação e era preciso cumprir os treinamentos, por isso, pela necessidade, essas soluções tiveram expansão naquela época”, recorda o engenheiro de Materiais, consultor e co-fundador da empresa EDTECH Safelive em Tecnologias Imersivas e Digitais de Aprendizado, Márcio Lario.

Desde então, a procura por capacitações com a utilização de soluções tecnológicas é crescente. Os benefícios, garante Lario, são diversos. “Posso fazer um treinamento de espaço confinado criando um gêmeo digital do local e através da realidade virtual ou da realidade mista, o trabalhador entra em contato com aquele ambiente controlado, onde não existem riscos”, pontua ele lembrando que gêmeo digital é um modelo virtual de um objeto físico. A tecnologia 3D também pode ser utilizada como uma ferramenta de triagem para definir quem tem aptidão para realizar a etapa prática de algum treinamento, conforme exigem diversas Normas Regulamentadoras.

Outro ganho, na visão do especialista, é que com o uso de ferramentas tecnológicas, as empresas não precisam mais esperar uma formação de turma para as capacitações presenciais. “A empresa pode dispor do equipamento 24 horas por dia, sete dias por semana. O trabalhador, inclusive, pode fazer o self training, um auto treinamento orientado por tutorial, como se fosse um jogo virtual”, explica. Para a implantação dessas soluções em treinamentos, a empresa pode investir no desenvolvimento do sistema, utilizando o cenário da própria unidade industrial, ou em soluções de prateleira, já disponíveis no mercado, e disponibilizar um hardware para que o programa possa rodar. A tecnologia também permite popularizar mais os treinamentos, atingindo uma população maior dentro da empresa, além de reduzir custos com a prestação desses serviços terceirizados. Outra vantagem, para Lario, está na absorção do conhecimento. De acordo com o especialista, essas soluções são construídas com gamificação e técnicas de andragogia (ensino para adultos) para apoiar o conhecimento e o processo de aprendizagem dos trabalhadores. “São utilizadas diversas técnicas para que os ambientes do gêmeo digital não sejam estereotipados, mas a cara do que o trabalhador vê na realidade. Que ele possa, virtualmente, sentir o aspecto físico do local, tocar objetos, sentir o peso, ver a coloração e propriedades físicas de uma forma real, praticamente, usando os membros superiores para mexer naquele ambiente”, contextualiza. As soluções também colaboram para reter o conteúdo por mais tempo em relação ao ensino pelas metodologias tradicionais. “A diferença é que o trabalhador vivencia uma experiência. Se simulamos uma explosão, por exemplo, através da tecnologia conseguimos criar uma situação controlada que ajudará a reter o conhecimento.

Se um dia acontecer na realidade, o trabalhador saberá o que precisa fazer porque foi treinado naquela situação. Pode parecer futurista, mas já está acontecendo. Cada um desses tipos de realidades oferece aplicações que podem melhorar a Segurança no Trabalho”, completa.

O modelo, na visão do especialista, também dialoga com a geração millenials (das pessoas que nasceram a partir de 1980) em diante, que já está habituada com jogos em perspectiva 3D. “Os trabalhadores a partir dessa geração não querem um treinamento 2D em Power Point, querem algo no-

  1. Como vamos engajar essas pessoas para a Saúde e Segurança do Trabalho se não oferecermos algo novo? É preciso melhorar a eficácia dos treinamentos exigidos pela normatização. Hoje, muitos trabalhadores só são submetidos a treinamentos para que, quando o acidente ocorrer, a empresa possa mostrar para às autoridades que a capacitação foi realizada”, critica.

ENTENDA A DIFERENÇA

Treinamentos e gerenciamento de riscos de Saúde e Segurança do Trabalho podem ser realizados com tecnologias como a Realidade Virtual, Realidade Mista e Realidade Aumentada. Entenda como cada tecnologia pode colaborar com a SST.

Realidade Virtual (RV) A RV pode ser utilizada para simular ambientes de alto risco, permitindo que os funcionários treinem em cenários perigosos (como trabalho em alturas ou em espaços confinados) de forma completamente segura, pois estão imersos em um ambiente virtual controlado, onde podem praticar procedimentos e responder a emergências sem riscos reais.

Realidade Mista A tecnologia pode ser empregada para treinamentos que combinam instruções teóricas com práticas, onde os elementos virtuais interativos são sobrepostos ao ambiente real do local de trabalho. Isso permite aos trabalhadores aprender e aplicar procedimentos de segurança diretamente no contexto real em que atuam, com a adição de orientações e alertas visuais em tempo real que melhoram a compreensão e a retenção de informações.

Realidade Aumentada (RA) A RA pode ser utilizada para sobrepor informações cruciais, como diagramas de máquinas, instruções de segurança ou caminhos de evacuação diretamente na visão do usuário. Isso enriquece o treinamento ao prover dados contextuais importantes que ajudam os trabalhadores a entender e memorizar procedimentos de segurança enquanto interagem com o ambiente real, facilitando a aplicação prática do aprendizado em situações cotidianas.

 

EXPERIÊNCIA
No final do ano passado, pela primeira vez, a Ajinomoto do Brasil investiu em um treinamento de segurança com uma implementação tecnológica. Até então, as capacitações na área de SST eram realizadas com a utilização de recursos mais tradicionais de apresentação. Em parceria com a EDTECH Safelive, a companhia promoveu um treinamento de segurança com a utilização da realidade virtual. A tecnologia simula ambientes e objetos como se fossem reais, por meio de um sistema computacional, fazendo com que o usu-ário se sinta imerso nessa realidade, percebendo efeitos visuais e sonoros, por exemplo.

A utilização da RV integrou parte do treinamento de Entrada e Trabalho em Espaço Confinado. “Validamos um treinamento em RV da utilização correta de alguns produtos, como descontaminantes químicos capazes de desativar e impedir a agressão de substâncias químicas à pele e aos olhos, evitando lesões graves”, explicou a gerente de departamento da área de Segurança do Trabalho da Ajinomoto do Brasil, Camila Pagani. A iniciativa já foi aplicada para 100% dos colaboradores de todas as plantas da companhia que trabalham com espa-ço confinado, localizadas no Brasil em Limeira, Laranjal Paulista, Valparaíso e Pederneiras. A intenção da empresa agora é expandir a tecnologia para outros treinamentos de segurança. Para o gerente de área sênior da área de Segurança do Trabalho da Ajinomoto, Juliano Rizzo, embora ofereçam diversas vantagens significativas em comparação com métodos tradicionais de treinamento (Veja mais no box Sete vantagens de realizar treinamentos em realidade virtual), as tecnologias não substituem as etapas de capacitações práticas exigidas pelas Normas Regulamentadoras. Rizzo também acredita que embora a RV e a

IA (Inteligência Artificial) já estejam sendo aplicadas com sucesso na Segurança do Trabalho, há oportunidades de aprimoramento ou desenvolvimento para maximizar seu potencial. “Entre alguns pontos que podem ser melhorados estão a personalização dos cenários, integração com outros sistemas de segurança, acessibilidade e custos”, elencou.

Desafios para a disseminação

Custo inicial do investimento e desconhecimento ainda são empecilhos

Que as soluções tecnológicas já estão sendo desenvolvidas para a prevenção da SST, não há dúvida. E a expectativa é de crescimento na oferta de inovações. Mas, então, por quais motivos a implantação dessas tecnologias ainda não está disseminada na Saúde e Segurança do Trabalho? O engenheiro eletricista e de Segurança do Trabalho, higienista ocupacional e doutorando em Sistema de Informação e Gestão do Conhecimento, Alexandre Silva, acredita que o principal fator para que essas tecnologias não estejam sendo implementadas a contento é o seu custo inicial. “Também há falta de entendimento entre o que é custo e o que é investimento. A partir do momento em que as empresas entenderem que a promoção da saúde, segurança e qualidade de vida nos ambientes de trabalho são grandes investimentos e não custos, creio que haverá um grande desenvolvimento na questão da aplicação da tecnologia na SST”, afirma.

Embora perceba que há um incremento pela procura de soluções tecnológicas para a prevenção de SST, a diretora dos negócios de IOT, ECM e EDI da Tivit, Helenice de Oliveira, acredita que os desafios da implementação no setor ainda passam pela resistência dos usuários. “Não vejo resistência nas áreas demandantes, mas pode haver um receio por parte dos trabalhadores por passarem a ser monitorados. Mas, pelo contrário,

a companhia está buscando o melhor para evitar acidentes, lesões ou qualquer situação que coloque o colaborador em risco”, opina. Dependendo do patamar tecnológico em que se encontrem, a gestora também acredita que algumas empresas podem desconhecer que existam essas soluções voltadas para a SST. “Mas, a cada dia, há uma solução nova, um novo equipamento e é possível identificar tudo e contribuir para a evolução da SST”, garante.

RECEIO
Na visão do ergonomista global da Kinebot, Alison Klein, o receio pela implantação de soluções tecnológicas na SST também está nas empresas. “As grandes companhias sabem que quando incluem inovação nos seus processos se tornam melhores no mercado, mais competitivas, por isso nos recebem de portas abertas. Já as menores esbarram no custo, mas isso porque já não investem nada em Saúde e Segurança do Trabalho”, opina. Para ele, a dificuldade está nos próprios profissionais da área. “Os desafios que encontramos em relação à ergonomia, por exemplo, são por parte dos próprios ergonomistas que, muitas vezes treinados a fazer avaliação ergonômica, acham que diante da tecnologia ficarão sem função. Mas o que muda é o papel desse profissional, pois coloca ele em outro patamar. Ele para de contar movimentos e passa a atuar no plano de ação a partir dos resultados apresentados pela ferramenta, assumindo um papel de gestão”, reflete.

Klein também defende que os desafios ainda passam por outros dois caminhos. Primeiro, o próprio desenvolvimento tecnológico, no sentido de interligar a tecnologia e melhorar a relação com outros dados da empresa, como saúde e produção. “Por exemplo, cruzando as informações ergonômicas com as queixas de saúde dos trabalhadores, correlacionando as queixas e atestados com a condição ergonômica do posto”, explica. Outro desafio futuro é criar conhecimento a partir de novos métodos de aquisição de dados a partir da tecnologia disponível. “Por exemplo, qual a dose aceitável de risco de cada movimento ergonômico que a tecnologia detecta? Hoje não temos pesquisas sobre isso, e justamente por isso disponibilizamos o nosso sistema gratuitamente para pesquisadores vinculados a algum Programa de Pós-graduação que queiram estudar o tema”, incentiva.

CUSTO-BENEFÍCIO
Já para o CEO da Pix Force, Daniel Moura, o grande desafio passa por quantificar para as empresas quanto custa evitar um acidente. “Sempre que desenvolvemos uma tecnologia a pergunta é qual o retorno do investimento? É muito difícil quantificar quanto vale a vida humana. Embora todas as pessoas saibam que proteger o trabalhador é fundamental, o cálculo desse retorno de investimento é desafiador e pode dificultar mais a procura por tecnologias”, opina.

Para o engenheiro de Segurança de Processos da Tereos, Luiz Gustavo Domingos, um dos principais desafios é garantir a integração eficaz das tecnologias com os processos existentes e no meio operacional. Outro ponto é que os trabalhadores podem ter medo da tecnologia usada para prevenção de acidentes por razões como desconfiança em relação a sua eficácia, invasão de privacidade, medo de consequências negativas, desconforto com a mudança e a necessidade de se adaptar a novos processos de trabalho. “Para superar o medo da tecnologia na prevenção de acidentes, é crucial uma abordagem transparente e proativa. Isso inclui fornecer informações claras sobre como a tecnologia funciona, garantir que a privacidade dos funcionários seja protegida e envolver os trabalhadores no processo de implementação para que eles se sintam mais confiantes com as mudanças. Além disso, é importante destacar os benefícios da tecnologia, como a melhoria das condições de segurança e a redução do risco de acidentes, para ajudar a criar uma cultura de segurança positiva e colaborativa”, sugere.

Os passos para que a tecnologia, já tão presente na rotina em todas as esferas da vida, também seja incorporada ao gerenciamento dos riscos e à prevenção de acidentes e adoecimentos no trabalho, parecem não andar na mesma velocidade que a evolução tecnológica. Desafio, como observamos ao longo da reportagem, que não esbarra na oferta de soluções. Pelo contrário, a inovação na SST é crescente. A caminhada passa por reconhecer o quanto a Saúde e a Segurança do Trabalho podem atingir um novo patamar com o uso da tecnologia. Sem receios. Já que estamos em um caminho sem volta.

SETE VANTAGENS DE REALIZAR CAPACITAÇÕES EM REALIDADE VIRTUAL

Embora não substituam a etapa prática real, os treinamentos de Saúde e Segurança do Trabalho com a utilização da RV (Realidade Virtual) podem oferecer vantagens em comparação com métodos tradicionais de ensino. Conheça sete benefícios.

Imersão e realismo
A RV proporciona um ambiente imersivo que simula situações de forma realista, isso permite que os participantes experimentem diferentes cenários de segurança como se estivessem realmente lá, o que pode aumentar a eficácia do treinamento.

Segurança
Em alguns aspectos, o treinamento em RV é mais seguro do que treinar em situações reais, especialmente para indústrias ou ambientes de trabalho onde existem certos riscos. No treinamento em RV, os participantes podem enfrentar situações desafiadoras, sem estar expostos a perigos reais.

Custo-benefício
Embora os custos iniciais para desenvolver e implementar treinamentos em RV possam ser relativamente altos, a longo prazo, eles podem ser mais econômicos do que treinamentos tradicionais. Uma vez desenvolvido, um programa de treinamento em RV pode ser reutilizado várias vezes sem custos adicionais significativos.

Personalização
Os treinamentos em RV podem ser facilmente personalizados para atender às necessidades específicas de uma empresa ou setor. Os programas podem ser adaptados para simular cenários específicos de risco, permitindo que os participantes pratiquem procedimentos de segurança realmente relevantes para seu ambiente de trabalho.

Feedback em tempo real Os sistemas de RV podem fornecer feedback em tempo real aos participantes, permitindo que eles avaliem seu desempenho e façam ajustes conforme necessário. Isso pode ajudar a acelerar o processo de aprendizagem e melhorar a retenção do conhecimento.

Engajamento e motivação

A RV pode tornar o treinamento mais envolvente e emocionante do que métodos tradicionais, aumentando a motivação e incentivando que os participantes se envolvam ativamente no treinamento e absorvam o material de forma mais eficaz.

Aprendizagem experiencial
Os treinamentos em RV promovem a aprendizagem experiencial, permitindo que os participantes pratiquem habilidades e tomem decisões em um ambiente seguro. Isso pode levar a uma melhor retenção do conhecimento e uma compreensão mais profunda dos conceitos de segurança.

Ref.: Revista Proteção, Saúde e Segurança do Trabalho (Digital): O futuro já chegou Editora Proteção Publicações. Ed. 389, p. 23, maio/2024.

Data da postagem:

Tags:

Postagens Recentes:

Fale conosco

Entre em contato. Nosso horário de atendimento é das 8 hs às 17 hs, no telefone: (11) 4584-6693.

Empresa

Prestação de serviços de assessoria, consultoria e treinamento nas áreas de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional desde 1999.

Contato