O que está sendo feito para alcançar um equilíbrio saudável?
Para fechar a série de artigos sobre o uso de celulares no ambiente laboral, será abordado neste texto as soluções possíveis e ações já realizadas por algumas empresas para alcançar um equilíbrio saudável.
O primeiro passo, segundo especialistas, é fazer um diagnóstico. As organizações devem avaliar… O uso dos celulares pessoais pelos colaboradores tem sido um problema para a produtividade da empresa? Representa risco para sua saúde e segurança? Analisar também… A demanda da empresa em ter um ‘funcionário conectado’ não está interferindo em sua qualidade de vida? A partir daí, promover ações e projetos específicos para cada contexto.
Um segundo passo é a comunicação. Realizar palestras e cursos com o propósito de informar, orientar, capacitar e dialogar com os empregados sobre o uso adequado dos aparelhos celulares é de fundamental importância.
Outras medidas que podem ser tomadas são: 1. bloqueio a determinados sítios, canais de relacionamentos e redes sociais; 2. monitoramento de e-mail corporativo, como mecanismo de inibição a eventuais desvios funcionais. Estas ações precisam ficar claras aos colaboradores, para isso, é indicado colocar no regulamento da empresa, no manual de conduta ou até mesmo numa cláusula do contrato de trabalho.
Para o médico e psiquiatra do Trabalho, Duílio Antero de Camargo, as campanhas informativas também devem abordar a questão do uso correto dos aparelhos, tanto para evitar algum problema físico, postural, oftalmológico, quanto o aspecto emocional disso.
É fato que muitas empresas já desenvolvem formas de gestão para o uso adequado de celulares e similares no ambiente de trabalho. Principalmente da área da construção civil e indústrias químicas. Hoje, algumas empresas da construção civil utilizam o “Cantinho do Celular”, um local seguro onde as pessoas podem atender e realizar uma ligação de forma emergencial durante o expediente.
Com isso, foi possível evidenciar um aumento da segurança nos canteiros de obras e no índice de produtividade dos trabalhadores. Já nas indústrias químicas, é permitido o uso dos smartphones e similares somente nas áreas administrativas.
Pensando nestas tecnologias como algo essencial hoje e facilitadoras do cotidiano de seus usuários e empresas, que agilizam a comunicação ou utilizam aplicativos específicos, como ferramentas de trabalho, a gestão adequada do uso destes aparelhos se torna ainda mais necessária para manter os empregados seguros e saudáveis.
Abordada nos artigos anteriores, a discussão sobre os benefícios e/ou prejuízos do uso de celulares e similares nas organizações está apenas no começo, mas é fato que a tecnologia ganha cada vez mais espaço e sentido na vida das pessoas, de forma cada vez mais rápida.
Para muitos especialistas da área da Saúde Ocupacional, é fundamental elaborar locais que possibilitem o acesso a essas tecnologias, disponibilizando rede Wi-fi em locais que não ofereçam riscos para os funcionários, por exemplo. Isso pode até reduzir os índices de absenteísmo, favorecendo as rotinas cotidianas do empregado. Porém, argumentam que uma lei regulamentadora tornaria o controle dentro das empresas muito mais fácil.
Enfim, este se torna um momento de adaptação, mas não significa que todas as atividades devem permitir o uso de celulares sem estabelecer alguma forma de controle. Então, o que se torna essencial? É preciso que as empresas e profissionais da área se informem, façam uma avaliação ambiental quanto aos riscos oferecidos e elaborem planos de ação, buscando a promoção do uso seguro e saudável do Smartphone e similares. E desta forma, possam aproveitar todos os seus benefícios, evitando adoecimentos e acidentes no trabalho. Mas também, é importante que os colaboradores avaliem seus comportamentos e estabeleçam limites, abandonando práticas que possam interferir em sua saúde de modo geral.
Ref.: . Revista Proteção, Saúde e Segurança do Trabalho. Por Raira Cardoso. Editora Proteção Publicações. Ed. 307, p. 52-58, Julho/2017.
