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A REALIDADE DO USO DE ANDAIMES NO BRASIL

foto: freepik.com

Neste artigo será apresentado os tipos de andaimes, como são utilizados nos ambientes de trabalho e as irregularidades mais comuns encontradas.

Os andaimes garantem a sustentação dos trabalhadores para realizarem serviços com maior facilidade nas alturas, utilizando ferramentas e equipamentos. Eles podem ter estruturas mais simples ou mais complexas, dependendo da sua utilidade.

Medidas preventivas, adoção de EPCs e EPIs não são suficientes para garantir a segurança dos colaboradores envolvidos neste tipo de trabalho, já que se dá num contexto mais complexo. A atenção deve ser desde sua fabricação, sua montagem e por fim, nos trabalhadores que utilizarão essas estruturas.

Os tipos de andaimes disponíveis no mercado são variados. Porém, de acordo com a engenheira e auditora fiscal do Trabalho da SRT/RJ Elaine Castilho, basicamente existem 5 (cinco) tipos de andaimes dos quais os demais se originam, sendo eles:

  1. Simplesmente apoiado (geralmente tubulares): é o mais visto, de fácil montagem, formado por peças tubulares que se encaixam, dispensando o uso de ferramentas. Ele pode ou não possuir rodízio, que permite sua movimentação;
  2. Fachadeiros: utilizados em fachadas, em que painéis se encaixam para o lado e para cima, tendo uma abertura direcionada de frente para o prédio;
  3. Suspensos simples: empregados em locais mais altos, para serviços de restauração de fachadas e pinturas e sua sustentação é feita por vigas metálicas, assim como o item 4;
  4. Suspensos motorizados e em balanço: são construídos na própria obra, dependendo do acesso especial que precisa ser feito, mas estão em desuso, principalmente pelo alto risco de desabamento.

O tipo de andaime utilizado atualmente em grandes obras como pontes, viadutos, hidrelétricas, construção naval e offshore, é o com tubo equipado e multidirecional, ele exige montagens especiais. Hoje, as principais causas de acidente com andaimes, além da queda de nível dos trabalhadores, são o desabamento do andaime ou a queda de outros objetos como ferramentas, o mau estado do andaime, a montagem feita de maneira incorreta e os contatos elétricos.

São muitas as irregularidades, principalmente na fase de montagem/instalação dos andaimes, por exemplo, andaimes tubulares móveis que não respeitam a altura máxima estipulada pela norma ABNT NBR 6494 – Segurança com Andaimes, ausência de escadas de acesso, piso e de sistema de guarda-corpo e rodapé completos. O problema é que muitas vezes se opta pela economia da obra e não se atenta à qualidade dos equipamentos de segurança do trabalho.

Para piorar esse cenário, muitas vezes ocorre a falta de análise do layout onde o trabalho será realizado. Por exemplo, uma atividade a ser desenvolvida ao redor de uma estrutura redonda, necessita de um andaime que possua característica de multidirecionamento. Se o equipamento adequado não é adotado, existirão pontos em que as aberturas serão maiores, com o risco de quedas de pessoas e ferramentas.

Outro ponto fundamental é a qualificação de todos os profissionais envolvidos, do engenheiro que elaborará o projeto de fabricação do andaime, do profissional que fará o projeto de montagem até os colaboradores que instalarão e utilizarão o equipamento. Porém, no Brasil esta prática é mínima, resultando em um grande número de acidentes de queda por diferença de nível.

Discute-se muito sobre a aplicação da NR 18, já que o seu cumprimento é suficiente para garantir a segurança no trabalho de montagem, utilização e desmontagem dos andaimes, porém ela não está sendo aplicada nos projetos e durante os trabalhos.  Uma das questões mais importantes inseridas na norma é que andaimes só podem ser fabricados por empresas regularmente inscritas no CREA, mediante projeto elaborado por profissional legalmente habilitado. O que nem sempre ocorre.

Desta forma, é preciso que os profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho se atentem ao valor de um projeto bem feito, com planejamento e análise prévia do serviço a ser realizado, seguindo todas as normas necessárias para evitar irregularidades e reduzir os riscos de acidentes.

Ref.: Revista Proteção, Saúde e Segurança do Trabalho (Digital): Combate ao improviso – Trabalho em andaimes. Por Raira Cardoso. Editora Proteção Publicações. Ed. 317, p. 40-42, Maio/2018.

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