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Informações importantes ao setor de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.

Técnico com muito orgulho

Técnico com muito orgulho

Boas oportunidades no mercado requerem profissionais com conhecimentos cada vez mais especializados

Entrevista à jornalista Daniela Bossle

Com três graduações (Segurança, Química e Biologia), mestrado em Prevenção de Riscos, pós-graduações em Gerenciamento de Crises, Emergências e Desastres, em Segurança e Higiene Ocupacional, Toxicologia Geral e em Segurança Contra Incêndio e Pânico, o gaúcho Marco Aurélio Nunes da Rocha, orgulha-se de dizer que tudo começou quando decidiu cursar Técnico em Segurança do Trabalho. Na verdade, ele se inscreveu por engano, pensando que Segurança do Trabalho tinha a ver com Segurança Patrimonial. “Um equívoco que me propiciou uma escolha muito assertiva e feliz pois desde a data até hoje sou apaixonado pela área”, confessa. Como TST trabalhou em frigorífico, mineração, agronegócio e a partir de 2000 no Sesi-RS, experiência que lhe oportunizou atuar no desenvolvimento de capacitações e programas em SST e Higiene Ocupacional para empresas de diferentes segmentos. Em 2008 ingressou na Petrobras Transporte S/A, a Transpetro, como técnico de segurança, no setor de SMS, onde está até hoje atendendo as unidades da Regional Sul (RS, SC e PR).

Lecionando em cursos de Engenharia de Segurança, atualmente é professor convidado da Universidade Católica de Pelotas e também está na Faculdade Anhanguera nas disciplinas de Prevenção de Incêndios e Explosões e Planificação de Emergência e Atendimento a Catástrofes. Na Faculdade Unyleya é professor/tutor em especializações como Gestão de Emergências e Desastres, Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico e nos MBAs de Gestão de Crises e de Safety & Security.

Qual sua percepção sobre o atual processo de revisão das normas regulamentadoras e em especial sobre a revisão da NR 4 (SESMT)? Enquanto diretor sindical e como técnico em Segurança do Trabalho, digo que a revisão da NR 4 (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) sempre será um tema preocupante para todos os profissionais de SST do país e em especial para os trabalhadores. Tanto é verdade que a CTPP [Comissão Tripartite Paritária Permanente] deixou para o último momento a discussão do ponto nevrálgico que era a possibilidade de terceirização do SESMT. Este é um ponto que ainda gerava debates e muitas divergências entre as bancadas dos trabalhadores, empregadores e do próprio Governo. Os sindicatos das categorias e as centrais sindicais têm se posicionado sobre o tema e alertado sobre o perigo de terceirizar um serviço tão importante para a saúde e segurança do patrimônio maior das empresas, que é o trabalhador. Sem falar que a atuação desse serviço, que é essencial para garantir saúde e bem-estar nas empresas, não se restringe só a isso. Sua ausência ou ineficácia pode trazer prejuízos para a saúde financeira das empresas bem como para a continuidade operacional do negócio. A bancada dos empregadores, por sua vez, parece não estar muito preocupada com esse item “prestação de serviço por empresa especializada”, já que segundo entendimento deles, a legislação atual já permite isso. Tanto é verdade que na última reunião eles decidiram e se manifestaram oficialmente pela não inclusão do item da terceirização (o item 4.7) no texto da NR 4. Mas o tema terceirização e desobrigação do SESMT nos assombra há muito tempo e acredito que continuará nos assombrando. Acho que essa, deveria ser uma preocupação de toda sociedade, uma vez que é notória a importância que tem o SESMT para a redução dos infortúnios do trabalho bem como para a busca constante da melhoria das condições de Saúde e Segurança no meio ambiente de trabalho.

Como você avalia a formação e a capacitação dos profissionais de SST para atuarem na área, principalmente agora, a partir das novas exigências aprovadas nas NRs? Alguns recebem a devida formação e qualificação para o atual momento que estamos vivendo. Outros não, e isso se deve à diversidade e às diferenças na qualidade do ensino ofertado, tanto para técnicos quanto para engenheiros de segurança. Infelizmente existem cursos que visam apenas entregar um certificado, um diploma, enquanto outros realmente se preocupam em ensinar. Por isso cabe ao futuro aluno, tanto dos cursos de formação de técnicos quando de pós-graduação em Engenharia de Segurança, fazer uma pesquisa prévia sobre a credibilidade e a tradição da instituição, a grade de disciplinas, o corpo docente, infraestrutura oferecida, índices de desempenho, conexão e preparação para o mercado de trabalho, e se possível e disponível, seria importante contar com a avaliação de ex-alunos. As escolas e faculdades deveriam fomentar, sempre que possível, além da parte pedagógica, as habilidades esperadas de um profissional de Saúde e Segurança do Trabalho. Destaco uma boa e adequada capacidade de observação técnica, capacidade de administrar e gerir conflitos, visão sistêmica e capacidade de comunicação e negociação. É muito importante que eles sejam na medida do possível preparados para trabalhar em grupo e para manter atitudes proativas. Tanto o técnico como o engenheiro de Segurança do Trabalho são profissionais de extrema importância para atuar na prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais. São figuras que desempenham um papel estratégico nas organizações, mas para isso devem receber a qualificação e a formação adequada.

Quais as opções que o mercado oferece hoje para quem conclui seu curso de TST ou mesmo para os engenheiros com pós em Segurança do Trabalho? Para os técnicos e técnicas em Segurança do Trabalho há uma variedade enorme de opções no mercado de trabalho, mesmo com o atual problema que estamos vivendo em relação à oferta versus procura. Como toda formação, a de TST vai dar habilitação e qualificação profissional, mas o egresso deve se preparar e se qualificar em uma das muitas áreas e atividades que podem ser objeto de labor do técnico. Pode atuar na execução de projetos e programas de SST, na elaboração de procedimentos, planos e programas de saúde e segurança, até na área de gestão integrada de SST em empresas dos mais diversos setores econômicos. Quanto aos engenheiros e engenheiras de segurança, mesmo a formação sendo em nível de especialização, praticamente lhes é fornecido uma segunda graduação, face à gama variada de atribuições profissionais conferidas a essa especialização. Sabemos que a maioria dos ambientes de trabalho oferecem riscos para o trabalhador, devendo a empresa evitar ao máximo que esses riscos se materializem em acidentes ou no comprometimento da saúde dos trabalhadores com possíveis impactos ambientais. Podemos dizer que a Engenharia de Segurança tem um amplo campo de atuação. Os profissionais da Segurança do Trabalho são formados para serem capazes de identificar e analisar os métodos e processos produtivos, objetivando identificar os fatores de risco de acidentes e de doenças profissionais e/ou do trabalho bem como a presença de agentes que possam colocar em risco a saúde e a segurança do trabalhador. Eles possuem um perfil e formação multidisciplinar envolvendo conceitos de diversas áreas, tanto técnicas como de saúde, legislação, comunicação, psicologia e engenharia. Os cursos de formação de nível técnico, por sua vez, representam o caminho mais rápido e acessível para a empregabilidade em nosso país. Mesmo que a oferta tenha sido reduzida na atualidade, ainda faltam técnicos e técnicas em inúmeras áreas, o que faz com que profissionais qualificados e mais bem preparados sejam disputados e valorizados pelo mercado, sobretudo face às novas exigências. Posso dizer, baseado na minha experiência, que a carreira para aqueles que se dedicam à área de Segurança do Trabalho ainda é considerada promissora, porém é bastante disputada já que a concorrência no mercado de trabalho só cresce. Cada vez mais especializados, os profissionais que disputam uma vaga precisam, não só se destacar profissionalmente, mas também apresentar boas referências e conhecimentos especializados. Para adquirir esses conhecimentos e capacitar os profissionais da área é preciso garantir uma formação de qualidade que consiga suprir as necessidades exigidas atualmente. Os profissionais mais qualificados e ecléticos, tendem a encontrar as melhores oportunidades neste ramo.

Você é professor e também tem bastante experiência com capacitação de trabalhadores em áreas diversas. Como está o nível e o conhecimento dos trabalhadores para atuar em locais adversos como espaço confinado, altura, transporte de produtos perigosos entre outros? Pois é, atuo na capacitação de trabalhadores em SST e Emergência há cerca de 20 anos. Capacitamos mais de 10.000 trabalhadores nos cursos normativos [NRs] e de preparação e resposta a emergência. No que tange a treinamentos de NR 33 (espaço confinado) e NR 35 (trabalho em altura),ram oficialmente pela não inclusão do item da terceirização (o item 4.7) no texto da NR 4. Mas o tema terceirização e desobrigação do SESMT nos assombra há muito tempo e acredito que continuará nos assombrando. Acho que essa, deveria ser uma preocupação de toda sociedade, uma vez que é notória a importância que tem o SESMT para a redução dos infortúnios do trabalho bem como para a busca constante da melhoria das condições de Saúde e Segurança no meio ambiente de trabalho.

Como você avalia a formação e a capacitação dos profissionais de SST para atuarem na área, principalmente agora, a partir das novas exigências aprovadas nas NRs? Alguns recebem a devida formação e qualificação para o atual momento que estamos vivendo. Outros não, e isso se deve à diversidade e às diferenças na qualidade do ensino ofertado, tanto para técnicos quanto para engenheiros de segurança. Infelizmente existem cursos que visam apenas entregar um certificado, um diploma, enquanto outros realmente se preocupam em ensinar. Por isso cabe ao futuro aluno, tanto dos cursos de formação de técnicos quando de pós-graduação em Engenharia de Segurança, fazer uma pesquisa prévia sobre a credibilidade e a tradição da instituição, a grade de disciplinas, o corpo docente, infraestrutura oferecida, índices de desempenho, conexão e preparação para o mercado de trabalho, e se possível e disponível, seria importante contar com a avaliação de ex-alunos. As escolas e faculdades deveriam fomentar, sempre que possível, além da parte pedagógica, as habilidades esperadas de um profissional de Saúde e Segurança do Trabalho. Destaco uma boa e adequada capacidade de observação técnica, capacidade de administrar e gerir conflitos, visão sistêmica e capacidade de comunicação e negociação. É muito importante que eles sejam na medida do possível preparados para trabalhar em grupo e para manter atitudes proativas. Tanto o técnico como o engenheiro de Segurança do Trabalho são profissionais de extrema importância para atuar na prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais. São figuras que desempenham um papel estratégico nas organizações, mas para isso devem receber a qualificação e a formação adequada.

Quais as opções que o mercado oferece hoje para quem conclui seu curso de TST ou mesmo para os engenheiros com pós em Segurança do Trabalho? Para os técnicos e técnicas em Segurança do Trabalho há uma variedade enorme de opções no mercado de trabalho, mesmo com o atual problema que estamos vivendo em relação à oferta versus procura. Como toda formação, a de TST vai dar habilitação e qualificação profissional, mas o egresso deve se preparar e se qualificar em uma das muitas áreas e atividades que podem ser objeto de labor do técnico. Pode atuar na execução de projetos e programas de SST, na elaboração de procedimentos, planos e programas de saúde e segurança, até na área de gestão integrada de SST em empresas dos mais diversos setores econômicos. Quanto aos engenheiros e engenheiras de segurança, mesmo a formação sendo em nível de especialização, praticamente lhes é fornecido uma segunda graduação, face à gama variada de atribuições profissionais conferidas a essa especialização. Sabemos que a maioria dos ambientes de trabalho oferecem riscos para o trabalhador, devendo a empresa evitar ao máximo que esses riscos se materializem em acidentes ou no comprometimento da saúde dos trabalhadores com possíveis impactos ambientais. Podemos dizer que a Engenharia de Segurança tem um amplo campo de atuação. Os profissionais da Segurança do Trabalho são formados para serem capazes de identificar e analisar os métodos e processos produtivos, objetivando identificar os fatores de risco de acidentes e de doenças profissionais e/ou do trabalho bem como a presença de agentes que possam colocar em risco a saúde e a segurança do trabalhador. Eles possuem um perfil e formação multidisciplinar envolvendo conceitos de diversas áreas, tanto técnicas como de saúde, legislação, comunicação, psicologia e engenharia. Os cursos de formação de nível técnico, por sua vez, representam o caminho mais rápido e acessível para a empregabilidade em nosso país. Mesmo que a oferta tenha sido reduzida na atualidade, ainda faltam técnicos e técnicas em inúmeras áreas, o que faz com que profissionais qualificados e mais bem preparados sejam disputados e valorizados pelo mercado, sobretudo face às novas exigências. Posso dizer, baseado na minha experiência, que a carreira para aqueles que se dedicam à área de Segurança do Trabalho ainda é considerada promissora, porém é bastante disputada já que a concorrência no mercado de trabalho só cresce. Cada vez mais especializados, os profissionais que disputam uma vaga precisam, não só se destacar profissionalmente, mas também apresentar boas referências e conhecimentos especializados. Para adquirir esses conhecimentos e capacitar os profissionais da área é preciso garantir uma formação de qualidade que consiga suprir as necessidades exigidas atualmente. Os profissionais mais qualificados e ecléticos, tendem a encontrar as melhores oportunidades neste ramo.

Você é professor e também tem bastante experiência com capacitação de trabalhadores em áreas diversas. Como está o nível e o conhecimento dos trabalhadores para atuar em locais adversos como espaço confinado, altura, transporte de produtos perigosos entre outros? Pois é, atuo na capacitação de trabalhadores em SST e Emergência há cerca de 20 anos. Capacitamos mais de 10.000 trabalhadores nos cursos normativos [NRs] e de preparação e resposta a emergência. No que tange a treinamentos de NR 33 (espaço confinado) e NR 35 (trabalho em altura), em especial, posso dizer que essas normas foram muito assertivas. Elas têm por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de riscos nestes locais, bem como o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e a saúde dos trabalhadores. Vale ainda destacar o item 33.3.5.7 da NR 33 que diz que os instrutores designados pelo responsável técnico, devem possuir comprovada proficiência no assunto. Ou seja, não basta possuir qualificação e/ou habilitação, mas a devida proficiência. Quer dizer: competência, aptidão, capacitação e habilidade aliadas à experiência teórico-prática. Não queremos um instrutor lendo as Normas Regulamentadoras na íntegra. Claro, devem ser abordados os pontos pertinentes, mas se fosse para leitura, enviaríamos o texto pela internet e aplicaríamos a prova. O objetivo dos treinamentos normativos é aplicar os itens legais das normas em consonância com a parte técnica, teórica e prática, com vistas a garantir eficácia do treinamento e que ele atinja os objetivos propostos. Como os treinamentos de SST [NRs] contam com conteúdos programáticos que abrangem diversas áreas do conhecimento, a capacitação deveria ser ministrada sempre que possível por equipe multidisciplinar. No processo de seleção de instrutores deveria previamente ser avaliado o currículo do profissional, a partir do conteúdo programático que ele ministrará e do tipo de atividade econômica objeto-alvo do treinamento. Seu conhecimento teórico pode ser comprovado através de curso de qualificação e/ou capacitação realizados. Já a experiência pode ser avaliada pelo tempo de atuação na área, serviços prestados bem como grau de satisfação dos clientes e dos alunos. Algumas escolas/ empresas levam os profissionais de SMS ao engodo de que fazendo um curso de instrutor desse ou daquele treinamento estarão aptos a ministrar treinamento. Isso não é bem verdade. É interessante sim, pois consolidará e reforçará os conceitos e ferramentas de um tema especifico, sobretudo se tiver parte de didática e metodologia pedagógica nesse referido curso, mas a legislação não torna isso obrigatório. Na verdade há muito a ser melhorado.

Como você avalia o uso de novas tecnologias como, por exemplo, a realidade virtual na Segurança do TrabalhoJá temos à disposição no mercado simuladores de realidade virtual, tanto para as áreas de SST quanto de emergência, mas ainda é incipiente e de difícil acesso, sobretudo para as empresas com menor poder financeiro. Uma nova sistemática que veio para ficar é a Educação a Distância, tema debatido profundamente, mas que ainda conta com uma certa resistência e discriminação. Eu particularmente tinha uma certa resistência a este formato de ensino, até porque acreditava que a presença do professor/instrutor na sala de aula era insubstituível. Continuo achando que até o presente momento, um dos grandes desafios desse tipo de educação é gerar/recriar as experiências, vivências e o convívio social e em grupo propiciado na sala de aula presencial. Mas, de qualquer forma, hoje sabemos que alguns treinamentos de SST podem ser desenvolvidos tanto na modalidade a distância como semipresencial, e alguns inclusive podem ser realizados de forma totalmente virtual, desde que não necessitem de atividades práticas, claro. Os treinamentos de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinado (NR 33), segurança em altura (NR 35) e brigada de incêndio, por exemplo, devem ser desenvolvidos no mínimo no formato semipresencial, uma vez que é necessário a realização de oficinas e exercícios práticos, nada substitui o “saber fazer”.

Você dá aulas nas duas modalidades?

Sim, e como docente nas áreas presencial e EaD, digo que um curso presencial não é sinônimo de qualidade garantida e nem curso a distância se traduz em baixa qualidade. O que vai garantir a qualidade e a eficácia é a correta indicação de cada tipo de modalidade para um público específico. E, claro, os recursos disponibilizados e utilizados, assim como capacitação, experiência e proficiência do docente/ instrutor, qualidade dos recursos físicos e tecnológicos oferecidos, formato e acessibilidade à plataforma virtual de ensino, plano pedagógico bem elaborado e exequível, fóruns para debates e disponibilidade de um adequado serviço de atendimento e atenção ao aluno. Isso sim fará a diferença. Mas como sempre falo, devemos atentar que cursos de capacitação e/ou qualifica-ção de SST no formato de educação a distância, não podem ser confundidos com cursos por “correspondência”. Outra alternativa tecnológica que veio para agregar, quer seja pela redução de custos ou melhoria da qualidade e agilidade nos atendimentos, são os VANTS (Veículos Aéreos Não Tripulados). Após regulação da ANAC [Agência Nacional de Aviação Civil] sobre a utilização das aeronaves não tripuladas, houve um crescimento notório no mercado, propiciando o uso de drones em diversas áreas, desde as de SST, segurança privada e pública até o atendimento a emergências. Nas emergências a sua utilização se tornou de suma importância. É um item indispensável nos dias atuais, possuindo vantagens sobre alguns meios usuais de monitoramento como o uso de aeronaves. Por isso é consenso geral: a utilização de drones ao menos em emergências, veio para ficar.

Falando em emergências, além da sua formação e atuação na área de SMS, você também tem trajetória importante em emergência, resgate e incêndio. Inclusive com aperfeiçoamentos fora do país. O que te fascina nesta área? Meu primeiro contato com emergência foi ministrando treinamentos de APH [Atendimento Pré-Hospitalar], na época este mercado ainda era incipiente. Gostei tanto da área que além de fazer um curso de formação de técnico em emergências médicas por uma escola na Argentina e me licenciar em Biologia, fiz uma pós-graduação em Urgência e Emergência Pré-hospitalar com carga horária de 720 horas, buscando desta forma uma melhor qualificação e domínio dos assuntos relativos a socorro de urgência e saúde. E por que disto? Porque treinando e preparando profissionais para atuar na área de socorro a acidentados, quer sejam profissionais da saúde, bombeiros ou brigadistas, estaria de alguma forma contribuindo para melhorar o atendimento a uma ví-tima, quer seja de natureza clínica, mas sobretudo as de trauma. Já que serão os primeiros procedimentos feitos pela equipe de resgate e salvamento que poderão salvar a vítima de uma situação muito pior, que poderia levá-la à morte. Tanto é verdade que o médico Nicholas Senn deixou uma lição muito importante em uma simples frase: ‘O destino do traumatizado está nas mãos daquele que faz o primeiro curativo’. O principal objetivo dos primeiros socorros é o de manter estáveis os sinais vitais do paciente até que um atendimento especializado chegue e a assistência à saúde possa ser continuada de maneira mais específica. Os primeiros atendimentos prestados a vítimas e/ou pacientes são cruciais para a sobrevivência e o prognóstico destas pessoas. E poder de alguma forma contribuir para salvar uma vida, não tem preço.

Na área de emergências químicas você também tem uma experiência marcante… Em 2005 fui convidado a fazer um curso de Hazardous Materials Awareness, e aí conheci outra paixão: a área de resposta a emergências químicas e tecnológicas. Tanto que me graduei em Química e fiz posteriormente pósgraduação em Gestão de Emergências e Desastres e em Toxicologia Geral, e só para fortalecer meu conhecimento e habilidade sobre o tema HazMat (Materiais Perigosos). Isso me propiciou reconhecimento e destaque na área de emergência. Algumas vezes me perguntavam por que me envolver com uma área do saber tão perigosa. Minha resposta sempre foi pautada na intenção de ajudar na proteção da saúde e segurança das pessoas, na preservação do meio ambiente e na proteção do patrimônio, já que emergências químicas e ambientais representam uma situação adversa, envolvendo produtos químicos que podem, de alguma forma, representar um risco e/ou perigo, exigindo recursos humanos e materiais adequados e uma intervenção imediata para fazer a correta gestão e resposta. E sobretudo porque acredito que o adequado treinamento do profissional responsável pelo atendimento é de relevante importância para o seu êxito. Na pior das hipóteses garantirá que os impactos e consequências sejam minimizados. Mas devemos sempre focar na garantia da segurança das pessoas, preservação do meio ambiente e proteção do patrimônio.

E sua atuação com prevenção e combate a incêndio? Confesso que a disciplina de Prevenção e Combate a Incêndio nunca foi meu carro chefe. Mas como atualmente sou técnico e responsável pela área de contingência e emergência numa planta de alto risco, veio a necessidade de me especializar nessa área. Mais uma vez, além dos cursos de qualificação dentro e fora do país, como o treinamento de capacitação de Brigada de Incêndio Industrial Exterior e Interior Avançado realizado no Chile e o curso de instrutor de incêndio (Fire Instructor Training – NFPA 1041) com certificação pela Texas Engineering Extension Service (TEEX/USA), fiz ainda uma Pós-graduação, desta vez, em Segurança Contra Incêndio e Pânico. Essa disciplina que até então, não era tão atrativa para mim, hoje junto com a de Emergência Química e Ambiental é uma das que mais estudo, diga-se de passagem [risos…]. Tanto as minhas graduações quanto as minhas especializações lato e stricto sensu, sempre visaram fortalecer meu conhecimento e propiciar habilitação e qualificação para as áreas de SST e Emergência. Mas nunca esquecendo e nem conflitando com minha formação de Técnico em Segurança do Trabalho.

Você acha que há maturidade nas empresas para que estas duas áreas (SMS e Emergência) atuem de modo integrado? Mesmo sendo áreas integradas, vejo realidades diferentes no que tange à SST e Emergência. Os fundamentos e as práticas de Segurança e Saúde no Trabalho, em algumas organizações, integram-se totalmente à cultura da empresa e passam a ser tratados da mesma forma que os demais itens do negócio. Mas não podemos esquecer que as questões que envolvem SST, possuem caráter técnico e legal. Já as que se relacionam com atendimento e resposta a emergência, não têm a mesma carga e cobrança normativa, fazendo com que tenhamos realidades muito distintas em alguns setores econômicos, sobretudo, os que tem menor expressão e aporte financeiro. Posso afirmar que as decisões relacionadas à Segurança e Saúde no Trabalho e ao Atendimento a Emergências derivadas das políticas de SST e de Gestão, concebidas e conduzidas pelas empresas são importantes, não só para a segurança e saúde das pessoas, mas também para a continuidade do negócio. As instituições que agem conscientes disto possuem papel destacado no atendimento aos requisitos legais e técnicos, o que faz com que as decisões dependam menos da questão legal e mais da real importância a ela conferida, bem como da consistência no atendimento ao sistema de gestão integrado. Acho que desta forma, as empresas podem se beneficiar integralmente de suas políticas de SST e Gestão de Emergências, revelando-se e sendo reconhecidas pela comunidade, e em especial por seus clientes, parceiros e fornecedores, como empresas responsáveis e comprometidas com os valores éticos e de preservação da sua integridade, itens tão reivindicados nos tempos atuais.

Ref.: Revista Proteção, Saúde e Segurança do Trabalho (Digital): Técnico com muito orgulho Editora Proteção Publicações. Ed. 366, p. 10, junho/2022.

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