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Informações importantes ao setor de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.

Seleção acertada

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Tecnologias têm oferecido mais proteção para as mãos, mas é preciso saber escolher a luva adequada ao risco

Os números comprovam. Mãos e punhos foram os membros mais atingidos por acidentes de trabalho no Brasil em 2023. A realidade se repete em anos anteriores. De acordo com o AEAT (Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho), somente em 2023 foram 73.421 registros para o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) correspondente a ferimento do punho e da mão, mais 41.239 para ocorrências de fratura ao nível do punho e da mão e outros 26.684 de traumas superficiais do punho e da mão. Não por acaso. As mãos são exigidas durante a realização de todo o trabalho. Associado a isso, há atividades que as expõem a riscos químicos, mecânicos e biológicos. Quando esses perigos não são eliminados em sua fonte, é de conhecimento dos profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho que os EPI

devem ser adotados. E é aí que entram as luvas de segurança. Hoje, com a tecnologia, o mercado oferece produtos cada vez mais inovadores e duráveis para a exposição a diversos riscos e para a chamada multiproteção, quando um mesmo EPI é capaz de proteger para diferentes riscos ao mesmo tempo. A oferta de produtos com qualidade não parece ser um problema. O desafio é saber como escolher a luva certa de acordo com a atividade que será desempenhada pelo trabalhador. Outro ponto é as empresas estarem abertas a avaliar o custobenefício antes da compra. EPIs com mais tecnologia, embora possam pesar mais no bolso, costumam ser mais seguros e ter uma vida útil maior. Nas próximas páginas, a Proteção conversou com profissionais que vivem o dia a dia desse mercado e traz soluções práticas para a busca pela luva ideal.

O mercado de luvas de segurança só cresce no Brasil. Nos últimos cinco anos, a comercialização de pares desse EPI saltou de 1,2 bilhão para 2,2 bilhões em 2023, de acordo com os Indicadores do Mercado Brasileiro de EPI – Edição 2024 da Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho). Do montante, no topo das luvas mais comercializadas estão aquelas para os riscos químicos, representando 45% do total, seguidas pelas destinadas aos riscos mecânicos, que representam 38% do total. Depois, em menor porcentagem, aparecem as luvas para riscos térmicos, elétricos e de corte específico. Estes dados não levam em conta as luvas hospitalares que têm um montante alto em relação à quantidade de pares comercializados e, embora figurem como luvas de segurança, são separadas no levantamento da entidade devido a sua importância. Já quando olharmos para o tipo de EPI que mais faturou em 2023, as luvas representam 18,6% do total, ficando atrás dos calçados e das vestimentas de segurança, que ocupam as primeiras posições. De acordo com o Anuário da Animaseg, as luvas vendidas no Brasil são, em sua maioria, importadas. Dado de junho de 2023 do levantamento da Animaseg apontou 2.108 CAs importados de luvas de segurança válidos e 1.776 nacionais.

EVOLUÇÃO
O aquecimento desse mercado caminha na mesma velocidade com que a inovação chegou para estes EPIs. Mas nem sempre a tecnologia andou lado a lado das luvas de proteção. Há mais de 50 anos nesse segmento, o diretor da Fiancor, Marco Antônio Muniz, acompanhou de perto esse movimento. “No passado, a luva ideal era feita de raspa de couro do boi. Depois, começaram a chegar no Brasil algumas matérias-primas importadas com uma combinação de fios e maquinários para a produção de luvas de algodão básicas para todos os tipos de serviços. Em paralelo a isso, a legislação brasileira avançava e a

Fundacentro passou a testar a capacidade e a resistência desses produtos e o seu nível de proteção”, recorda. Quando ingressou nesse mercado, Muniz lembra que as empresas buscavam alternativas para compor matérias-primas, como o algodão e o fio de nylon, para garantir mais resistência ao produto e, assim, a produção de luvas foi evoluindo gradativamente. “Quando comecei, iniciei misturando fio de algodão, nylon, poliéster e mais um fio de aço para criar uma luva com maior resistência e proteger as mãos de cortes acidentais. Precisei ir atrás de maquinário para compor esses fios, porque não existia”, lembra.

Carente de tecnologia para o desenvolvimento destes EPIs, o Brasil passou a se inspirar no mercado internacional e a importar e produzir luvas com mais investimento em inovação. Entre as boas práticas absorvidas do exterior, o diretor geral da Next Safety, Nielzer Sudré cita o uso de materiais mais leves e confortáveis, tecnologias de maior aderência e resistência, e soluções sustentáveis na fabricação dos EPIs.

EXPOSIÇÃO
Um olhar mais cuidadoso para esses Equipamentos de Proteção Individual tem um motivo. As mãos estão entre as partes do corpo mais expostas a riscos no ambiente de trabalho, sendo essen-

ciais para a execução de praticamente todas as atividades laborais. “Comparado a outros EPIs, as luvas de proteção são fundamentais para evitar cortes, perfurações, abrasões, queimaduras químicas e térmicas, além de impactos”, elencou Sudré.

Por isso a exigência do uso de luvas é cada vez mais rigorosa em diferentes setores, como construção civil, indústria metalúrgica, automotiva, química e alimentícia, entre outras. O gestor da Next Safety, contextualiza que na construção civil e na indústria de petróleo e gás, por exemplo, as luvas de impacto são indispensáveis para absorver choques e proteger contra esmagamentos em trabalhos que envolvem movimentação de materiais pesados. Na indústria metalúrgica e de automóveis, as luvas de proteção contra corte são essenciais para manuseio de chaparias e peças cortantes. “Já no setor químico, as luvas resistentes a produtos químicos garantem a segurança ao lidar com substâncias agressivas. Essas luvas são desenvolvidas com tecnologias e materiais específicos para cada risco, proporcionando segurança e conforto ao trabalhador”, garante Sudré.

A Portaria Nº 672, do antigo Ministé-rio do Trabalho e Previdência estabelece as barreiras de proteção biológica, química, mecânica, térmica, de choques elétricos, vibrações e de umidade proveniente de operações com uso de água e traz os requisitos técnicos para a escolha da luva conforme o risco a que o trabalhador estará exposto. Para a proteção contra esses riscos, a CEO da Lalan do Brasil, Cíntia Maahs explica que as luvas podem ser de borracha natural, borracha sintética e luvas de malha com ou sem revestimento. “Atualmente, novas tecnologias vêm trazendo mais soluções para o mercado, principalmente relacionadas à ergonomia. São produtos de alto desempenho que proporcionam maior conforto, evitando a fadiga das mãos, aumentando a ergonomia e a destreza e, por consequência, a produtividade, reduzindo os acidentes e afastamentos dos trabalhadores devido a doenças ocupacionais”, salientou.

EXPERIÊNCIA
É justamente para atender a essas necessidades de alto desempenho e conforto que o investimento em tecnologias no desenvolvimento de luvas de proteção ganhou mais espaço no Brasil. Segundo Sudré, a evolução das luvas de proteção individual é notável e reflete um compromisso constante com a segurança e o bem-estar dos trabalhadores. “Houve avanços significativos tanto no design quanto na tecnologia de materiais, proporcionando maior conforto, ergonomia e desempenho”, identifica.

As matérias-primas, por exemplo, evoluíram para fibras de alta performance, além de revestimentos mais eficientes, como o nitrílico e o poliuretano (PU), que oferecem maior resistência, aderência e durabilidade. “Atualmente, as luvas são mais leves e ergonômicas, sem perder a robustez, o que contribui para aumentar a produtividade e garantir a proteção em diferentes ambientes e riscos”, explica.

Para o dirigente, o papel do Ministério do Trabalho e de instituições como a Animaseg contribui para essa evolução ao estabelecerem leis trabalhistas rigorosas e a obrigatoriedade do uso de EPIs. “Essas iniciativas impulsionaram o desenvolvimento de equipamentos mais eficazes e a conscientização sobre a importância da proteção individual, colaborando para a redução de acidentes e a preservação da saúde dos trabalhadores brasileiros”, completou.

O avanço da normatização e do mercado é tamanho que as luvas de segurança passaram a ser desenvolvidas para a proteção de múltiplos riscos. Coordenador de Produto da Kalipso EPI, Wellington Naves, diz que as luvas de proteção, basicamente, podem ter

proteção mecânica e química, só química, mecânica e térmica para calor e para frio. “Se o trabalhador está em atividade em câmara fria, por exemplo, e precisar movimentar dentro dela peças e equipamentos, vai precisar de uma luva para frio. Mas tendo em vista que naquele ambiente pode ter o risco abrasivo, vale também uma luva com resistência à abrasão moderada. Esses ambientes também podem apresentar umidade, o que vai exigir outro tipo de luva. A própria norma contemplará se essa mesma luva é válida ou não para umidade”, exemplificou. Isso falando para riscos mecânicos e térmicos de frio. Se, neste mesmo ambiente de trabalho, houver um risco químico, então, será preciso uma luva para frio, que automaticamente proteja contra riscos mecânicos e riscos químicos. Neste caso, a mesma luva precisará atender três normatizações. No caso dos químicos, Naves explica que não basta ser uma luva com proteção química. É preciso que ela seja resistente ao produto que se está utilizando.

“Não adianta usar uma luva para ácido sulfúrico se o trabalhador está em contato com etanol. É preciso entender quais são os riscos envolvidos. Se é produto químico, qual é ele. Se é calor, tenho um calor irradiado, um calor de contato ou convectivo? Por isso, a base é a luva ter proteção para aquilo que o trabalhador terá contato”, completa. É neste ponto que a avaliação do risco é imprescindível para a escolha da luva ideal.

Escolha com segurança

Análise detalhada da atividade exercida pelo trabalhador é o primeiro passo

De nada adianta um mercado tecnológico e inovador se nas mãos do trabalhador o Equipamento de Proteção Individual não for adequado para a função exercida. A definição da luva segura começa por uma etapa que nem sempre é levada em consideração pelos profissionais de segurança na hora de adquirir o EPI. Realizar uma avaliação de risco da atividade de trabalho. Quem chama a atenção é o gerente de Desenvolvimento Técnico da Danny EPI, Fernando Rosalvo. “O profissional do SESMT ou EHS, deverá realizar a avaliação de risco na atividade de trabalho considerando materiais manipulados, substâncias químicas, risco de corte, perfuro, impacto e térmico como frio ou calor. Também é preciso considerar riscos biológicos, como fungos e bactérias”, explica.

Segundo ele, a Danny EPI realiza esse trabalho com a sua equipe de consultoria técnica em conjunto com o profissional de segurança. Ao todo são 30 profissionais especializados, atendendo todo o território nacional com o objetivo de garantir que os trabalhadores tenham a proteção adequada ao exercer suas atividades

laborais. “A equipe visita os clientes para avaliar os riscos, após a avaliação, sugere e fornece amostras para teste. Após análise das amostras em teste, os consultores da empresa entrevistam os colaboradores que testaram o produto e inspecionam as luvas após a utilização. Em seguida, o técnico em Segurança do Trabalho envia a ficha de testes sinalizando a performance. Os comentários registrados sobre a avaliação da luva são apresentados junto com o formulário de custo versus benefício com os produtos recomendados”, explica.

Para garantir que os clientes escolham a melhor solução, a Ansell também oferece uma consultoria aos clientes para apoiá-los neste processo. De acordo com a gerente Regional Sul da empresa, Vanessa Panazzolo, o que a Ansell aprendeu fazendo avaliações de segurança nos últimos 45 anos é que todas as operações executadas e os requisitos de segurança adotados são únicos. Assim como toda avaliação. “Cada um de nossos clientes recebe uma solução de segurança sob medida, corroborada por dados coletados por nossos mais de 600 especialistas em segurança em mais de 13 mil avaliações efetuadas desde 2014”, destacou.

LUVAS DE SEGURANÇA
Um desses processos de avaliação antecipada para a escolha da luva correta garante, segundo Vanessa, redução de lesões, redução dos custos de proteção e aumento da conformidade, além de uma redução da complexidade do portfólio de EPI. “Fazemos isso acompanhando os profissionais desde a escolha do EPI, com o mapeamento das áreas, realização dos testes e treinamento”, explica. Outra consultoria de avaliação oferecida pela empresa simplifica o processo de seleção da luva para o uso exclusivo de produtos químicos e aplicações. “Oferecemos ferramentas digitais com extenso banco de dados de permeação e degradação, que realiza pesquisas abrangentes de produtos com base nos requisitos de sua aplicação”, detalhou.

CONFORTO
Além dessa etapa de orientação que pode contar com o apoio das empresas fabricantes e revendedoras, a CEO da Lalan do Brasil, Cintia Maahs, reforça que a abordagem do profissional de segurança deve sempre seguir um olhar técnico e criterioso ao escolher a luva de proteção ideal para o ambiente de trabalho. “Além da análise de risco da atividade, entre os aspectos que precisam ser observados por um profissional de segurança na hora de selecionar uma luva, está o conforto, a ergonomia do produto, sua durabilidade e custo-benefício. Por fim, a luva deve ser sempre testada”, sugere.

Um dos aspectos que oferece conforto ao trabalhador ao vestir a luva é que o tamanho do produto esteja correto, visando garantir um bom ajuste, permitindo a destreza e o controle necessários para a realização das tarefas. “Não importa se você está lidando com resistência a cortes, abrasões, impacto, exposição a produtos químicos ou outros riscos. A luva certa com o ajuste perfeito mantém a empresa e seus funcionários seguros. O uso do tamanho correto de luvas garante níveis ideais de conforto e tato, além de maior produtividade”, afirma Vanessa.

Na Ansell a tecnologia colaborou para digitalizar um processo que sempre foi feito de forma manual e, muitas vezes, sem precisão. “Em vez de medir a mão do trabalhador usando uma fita de tecido e um papel para encontrar o tamanho certo, atualizamos nossa tabela de tamanhos de luvas para uma digital. Através de um aplicativo é possível medir a mão para chegar ao tamanho certo, independentemente do tipo de luva”. De acordo com Vanessa, existem diretrizes específicas de medição para cada tipo de luva e seguir essas diretrizes ajudará a garantir que as luvas de proteção escolhidas sejam adequadas e eficazes.

NORMATIZAÇÃO
Outro ponto imprescindível, de acordo com a gerente Regional Sul da Ansell é verificar se as luvas atendem às normas de segurança e certificações relevantes, como a NR 6 no Brasil ou normas internacionais como a EN 374 (para proteção contra riscos químicos). Outro aspecto é observar se a luva foi produzida com o material adequado para a atividade que será executada. “Esses materiais podem variar de acordo com a aplicação, oferecendo diferentes níveis de proteção, alta destreza, conforto e durabilidade”, explica.

A NR 6, em seu capítulo 6.9 é quem determina, por exemplo, os procedimentos

para emissão e renovação do CA (Certificado de Aprovação), documento que atesta a conformidade das luvas e de todos os outros EPIs com os requisitos estabelecidos na norma. Por isso, nessa etapa de seleção é obrigatório e é necessário conferir se o CA do produto que está sendo adquirido é válido e se realmente se refere àquele EPI. Mas é preciso ir além do CA. Quem chama

a atenção é o gerente de Marketing da Volk do Brasil, Marcel Rauchbach. Também é necessário, segundo ele, conferir se a luva realmente atende à necessidade do trabalhador. “Por exemplo, se um EPI que está sendo selecionado para risco químico protege realmente para aquele composto que o trabalhador estará exposto. Isso é necessário porque pode ser que a luva tenha CA, mas só para alguns químicos e é preciso que a luva tenha testes para outros riscos que também estarão presentes na operação. Ou seja, a luva tem o CA, mas os testes podem ter sido feitos para outros químicos que não necessariamente aquele que o trabalhador estará exposto”, detalha. Além disso, Rauchbach sugere verificar se o fornecedor tem testes adicionais ao produto, como o ANSI, teste americano para corte e impacto, entre outros riscos, ou testes químicos, que garantam que o produto passou por avaliação rigorosa.

DIVULGAÇÃO DANNY

Empresas precisam avaliar se EPI é adequado para a função que será executada

DURABILIDADE

A durabilidade e o conforto do produto também precisam ser observados. Vanessa afirma que a vida útil das luvas de proteção pode variar significativamente, dependendo de vários fatores. O primeiro deles é o tipo de material do produto. Diferentes materiais têm durabilidades distintas. “Luvas de nitrilo tendem a ser mais duráveis e resistentes a produtos químicos, já as luvas com suporte têxtil impermeáveis oferecem boa durabilidade, especialmente em atividades que envolvem abrasão e corte”, exemplifica. A durabilidade também está atrelada às condições de uso e ao ambiente em que as luvas são utilizadas.

Ambientes com altas temperaturas, umidade, exposição a produtos químicos ou abrasivos podem reduzir a vida útil das luvas. Outro ponto é a frequência de uso. “Luvas usadas continuamente em tarefas pesadas ou repetitivas se desgastam mais rapidamente do que aquelas utilizadas ocasionalmente”, lembra Vanessa. A manutenção e o cuidado com esse EPI também é fundamental, já que a forma como as luvas são cuidadas e armazenadas impacta diretamente sua  durabilidade.

Mercado mais tecnológico

Luvas inovadoras reforçam a proteção aos trabalhadores

Luvas de proteção com pouca variedade de matérias-primas e modelos padronizados para proteger contra diversos tipos de risco são coisa do passado. Inspiradas nas tecnologias empregadas no mercado internacional, as fabricantes e importadoras brasileiras de luvas de segurança vêm investindo cada vez mais em produtos com tecnologia. O investimento garante produtos mais seguros e específicos para os riscos que o trabalhador encontrará no ambiente laboral.

De acordo com o gerente de Marketing da Volk do Brasil, Marcel Rauchbach, a evolução é clara. “Antes, tínhamos luvas “padrão” e genéricas. Hoje, os EPI são desenvolvidos com tecnologias específicas, ergonomia e foco no conforto, visando aumentar a produtividade sem abrir mão da proteção”, define. A grande tendência, de acordo com o gestor, é aliar a tecnologia à usabilidade. Por isso, o mercado tem oferecido luvas mais leves, resistentes, com maior sensibilidade e aderência superior. Entre as inovações, Rauchbach cita a tecnologia Touch, que permite o uso de telas sensíveis ao toque mesmo o trabalhador vestindo luvas. Essa tecnologia mantém o colaborador produtivo mesmo com o uso do EPI, uma vez que não é necessário retirar o equipamento para manusear telas durante a operação. “Hoje há o uso de HPPE (polietileno de alto desempenho) com reforço em tungstênio, que oferece máxima proteção com flexibilidade”, detalha o gestor da Volk do Brasil. Outra fibra de alto desempenho para resistência a cortes é a aramida. Há ainda luvas com tratamento químico para proteção contra solventes e ácidos. Os revestimentos antiderrapante das luvas atuais são considerados mais eficientes e aumentam a aderência. As espumas nitrílicas com acabamento sandy garantem melhor grip mesmo em ambientes oleosos. “No setor metálico, por exemplo, as luvas com revestimento de poliuretano proporcionam alta destreza e segurança na manipulação de chapas afiadas. No setor elétrico, luvas isolantes evitam choques elétricos, protegendo o trabalhador contra riscos de alta tensão”, contribui o diretor geral da Next Safety, Nielzer Sudré. Também há investimento em designs mais anatômicos, proporcionando luvas com costuras ergonômicas e punhos elásticos que fazem com que o EPI “vista” como uma segunda pele no trabalhador.

ALTO DESEMPENHO
Oferecendo um portfólio abrangente de luvas de proteção, desenvolvidas para atender às mais diversas necessidades do mercado, a Next Safety aposta em produtos que aliam conforto e alto desempenho. Há, ainda, linhas projetadas para oferecer máxima resistência e durabilidade em condições extremas, opção recomendada para proteção contra impacto. Em uma das tecnologias empregadas pela marca, está um sistema avançado que regula a temperatura das mãos durante o uso, reduzindo a fadiga térmica e proporcionando maior conforto.

“Esse mecanismo libera um agente refrescante, ativado pelo movimento da mão, que ajuda a manter a pele mais seca e fresca ao longo da jornada de trabalho”, explica Sudré. Em outra linha, o foco é melhorar a aderência e reduzir o esforço necessário para segurar objetos, e oferecer proteção aprimorada contra cortes sem comprometer a flexibilidade e a destreza. “Também temos luvas conhecidas por sua resistência em ambientes de alto risco, com modelos que oferecem proteção contra impacto, cortes e abrasão, garantindo segurança, conforto e durabilidade para os trabalhadores que atuam em segmentos como offshore”,

exemplifica o diretor. Outra empresa que investe constantemente em novas tecnologias focando sempre no conforto e proteção do profissional é a Lalan Luvas, que iniciou suas operações no Brasil em 2016, mas nasceu do Grupo Lalan, do Sri Lanka, que começou a fabricar luvas de borracha há quase 40 anos. Na linha de luvas com resistência à corte, a CEO da Lalan do Brasil, Cintia Maahs, explica que o EPI possui fio de aço anticorrosivo na composição e tem nível máximo de resistência ao corte, sem perder o conforto. “Essa luva suporta até oito lavagens sem que solte a fibra de vidro, não encolhe e ainda não perde seu conforto original. É a melhor indicação para o risco de corte no setor alimentício”, explica.

SEGURANÇA
Já na produção de luvas de borracha, que atendem a RDC 123/01, Cíntia garante que não há migração de pigmentos nem resíduos químicos das luvas para os alimentos. “A Lalan possui uma tecnologia de fios mais leves e com maior durabilidade. Luvas com banhos respiráveis, como o nitrilo, que mantém a mão mais seca, mesmo com uso prolongado da luva. Nossas fábricas contam ainda com uma unidade que faz a extração do DMF (dimetilformamida), um componente cancerígeno que aparece no solvente do PU”,

detalha. A executiva conta ainda que a empresa possui uma produção totalmente verticalizada e sustentável, atendendo todos os itens da ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). “Como exemplo, temos uma luva que se chama Neo Bio, que é descartável e compostável, e pode se misturar ao lixo orgânico”, completa.

Outra empresa de EPI conectada com a tecnologia é a Ansell. De acordo com a gerente Regional Sul da empresa, Vanessa Panazzolo, uma dessas soluções melhora o desempenho de revestimento da luva ao integrar uma fórmula de polímero resistente a todo o revestimento do produto e/ou áreas específicas de alto desgaste, de modo a prolongar a durabilidade da luva e, ao mesmo tempo, aprimorar o conforto dos trabalhadores. Outra tecnologia empregada consiste em um tratamento de revestimento que minimiza a força necessária para segurar ferramentas ou materiais secos, oleosos ou úmidos, reduzindo a fadiga das mãos e dos braços e aumentando a destreza, a segurança e a produtividade.

“Há também um produto que apoia a saúde musculoesquelética, reduzindo efetivamente o esforço muscular para ajudar a prevenir lesões e melhorar o desempenho no trabalho. Fazemos isso medindo o impacto de várias atividades ocupacionais e aplicamos nossas tecnologias de ponta para produzir soluções de proteção que melhoram seu conforto, ajuste e sensação gerais”, detalha. Além destes produtos são empregadas pela empresa tecnologias que combinam fibras sintéticas e naturais estruturadas em fios de alto desempenho, fornecendo proteção ao corte.

DESEMPENHO
A empresa também aposta em produtos projetados para maximizar a sensibilidade tátil, permitindo que os trabalhadores realizem tarefas delicadas com precisão e também investe em tecnologias de revestimento. “Uma dessas tecnologias consiste em um tratamento de revestimento que minimiza a força necessária para segurar ferramentas ou materiais secos, oleosos ou úmidos, reduzindo a fadiga das mãos e dos braços e aumentando a destreza, a segurança e a produtividade. Outra inovação melhora o desempenho do revestimento da luva ao integrar uma fórmula de polímero resistente a todo o revestimento da luva e/ou áreas específicas de alto desgaste, de modo a prolongar a durabilidade do produto e, ao mesmo tempo, aprimorar o conforto dos trabalhadores”, completa. A tecnologia é fundamental e tem revolucionado o mercado de proteção individual. As luvas da Next Safety, por exemplo, contam com diversas inovações que elevam os níveis de prote-ção, conforto e eficiência no trabalho. “Entre as tecnologias que empregamos estão as que oferecem respirabilidade superior em toda a luva, mantendo as mãos mais frescas e secas, mesmo em longos períodos de uso. Outra proporciona alta durabilidade e resistência à abrasão, prolongando a vida útil da luva, mesmo em aplicações intensas”, detalhou Sudré.

A Next Safety também investe em soluções que melhoram a aderência, reduzindo a força de preensão necessária e aumentando a segurança em ambientes oleosos ou molhados. “A tecnologia aplicada nesses produtos oferece alta resistência ao corte, com fibras técnicas de última geração. Também temos produtos focados no design ergonômico, garantindo conforto e reduzindo a fadiga muscular durante o uso prolongado. Há, ainda, a tecnologia touchscreen, que permite o uso de dispositivos eletrônicos sem a necessidade de retirar as luvas, otimizando processos e produtividade. Essas solu-ções colaboram para elevar a proteção, o conforto e a eficiência dos trabalhadores nos mais diversos segmentos industriais”, completou o gestor. Para o coordenador de Produto da Kalipso EPI, Wellington Naves, as tecnologias empregadas nos fios e na forma como esses fios são tramados são muito eficazes na proteção do trabalhador, mas as empresas não querem pagar. Isso porque, quanto mais tecnologia no material, mais cara fica a luva. “Posso chegar com uma luva com alta resistência a corte, super tátil, justa na mão, mas nem todo mundo quer pagar. Temos luvas onde empregamos qualidade no fio, nos processos, mas ninguém vê. Essa mesma luva, em determinada atividade, ainda pode ser reprovada porque durou menos que a luva mais barata. E por que durou menos? Porque ela é menos encorpada, mas ela cansa menos a mão do trabalhador e isso nunca vai ser levado em conta”, lamenta.

Segundo Naves, hoje o considerado é se a luva é aprovada e se dura mais. “Se a empresa estiver diante de uma luva que custa R$ 10 e outra que custa R$ 50, dificilmente uma empresa com

10 mil funcionários vai justificar essa compra. Ela vai querer que a luva mais cara dure cinco vezes mais. As tecnologias existem. Trabalhamos com fios com tungstênio interno, fio com grafeno, com fibra de vidro, com fio de aço inox interno para aumentar a proteção do usuário, mas esse ponto é controverso”, finalizou.

Ref.: Revista Proteção, Saúde e Segurança do Trabalho (Digital): Seleção acertada Ed. 401, p. 10, maio/2025.

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